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Curtas Vila do Conde reflete sobre Inteligência Artificial num caminho sustentado em 32 edições

30 Junho 2024
Curtas Vila do Conde reflete sobre Inteligência Artificial num caminho sustentado em 32 edições
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O Festival Internacional de Cinema Curtas Vila do Conde, que assinala a 32.ª edição, está a fazer uma reflexão sobre os desafios e as oportunidades da Inteligência Artificial (IA) no meio audiovisual e vai integrar uma experiência na programação.
Numa das atividades do certame, que se realiza entre 12 e 21 julho, na cidade Vila do Conde, no distrito do Porto, haverá uma performance musical protagonizada pelos HHY & The Macumbas com o coletivo Lunar Ring, onde os ambientes visuais serão gerados através de imagens criadas, no momento, por Inteligência Artificial.
“[A IA] faz parte do presente e teremos de viver com ela no futuro. Vamos ter de aprender a utilizar e a dosear esta tecnologia. Fará parte das nossas vidas e também da criação na área do cinema. Vamos crescer, apreender, refletir e perceber se fará, ou não, parte da vida deste festival”, partilhou Nuno Rodrigues, um dos fundadores e organizadores do Curtas.
Segundo a organização, dos 6.674 filmes, de 138 países diferentes, que se inscreveram para o festival “vários já apresentam uma reflexão sobre o tema”.
“É preciso encontrar o processo certo para que a imagem em movimento crie o seu próprio caminho, em vez de criar algo artificial. Não sou a contra nem a favor da tecnologia, o que é preciso é que as pessoas que a utilizem encontrem uma forma para esta seja uma ajuda”, completou Mário Micaelo, outro dos organizadores e fundadores do Curtas.
Numa análise mais profunda às particularidades da edição deste ano, o responsável disse que o certame, que tem acolhido uma média de 25 mil espectadores por edição, “tem crescido de forma sustentada” e evoluído com a experiência de mais de três décadas.
“As novidades da programação derivam das experiências e transformações anteriores. Este ano voltamos a trabalhar com autores que também fazem escolhas para programação. É um caminho de vitalidade, renovação e aventura pela reinvenção e pelo futuro do cinema”, apontou Mário Micaelo.
Da seleção feita aos milhares de filmes inscritos resultou uma seleção de 239 trabalhos, oriundos de 45 países diferentes, que serão exibidos em 83 sessões, a maioria no Teatro Municipal de Vila do Conde.
Haverá, ainda, quatro ‘masterclasses’, oito conversas com autores e uma apresentação de um livro, além de exposições.
Entre essas exposições, o destaque vai para a parceria com a Solar – Galeria de Arte Cinemática, que inaugura, a 13 de julho, a exposição “Efforts of Nature IV”, do artista e escritor londrino Morgan Quaintance.
As competições voltam a estar divididas pelas categorias Nacional, Internacional, Experimental, Take One!, My Generation, Curtinhas e Vídeos Musicais.
Na competição nacional contam-se novos trabalhos de Isadora Neves Marques, Maria Trigo Teixeira, Daniel Soares, Margarida Vila-Nova, Alexandra Ramires e Laura Gonçalves, entre muitos outros.
Apostado em cativar novos públicos, o Curtas terá como filme de abertura uma animação brasileira, de Alê Abreu, intitulada “Perlimps”, que servirá de ‘aperitivo’ para um público infantojuvenil, mas também para os pais.
Entre os convidados deste ano estarão o realizador francês Bertrand Mandico e atriz Elina Lowenshon, os autores espanhóis Alberto Vázquez e Laura Ferrès e o cineasta grego Yorgos Zois, que terá oportunidade de abordar os seus processos criativos e as suas obras com o público, num clima de interação que tem sido mote deste festival.