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Desafio Humanitário Europeu

8 Outubro 2015
Desafio Humanitário Europeu
Opinião
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A Europa depara-se com a maior vaga de refugiados e migrantes no pós II Guerra, ocorrência de uma enorme e perversa complexidade que, não sendo fácil e consensual a sua solução, pelos eventuais riscos que acarreta e consequências que eventualmente pode causar, no entanto, não nos podemos alhear das nossas responsabilidades, já que se trata de uma ação humanitária. São homens, mulheres e crianças que, em estado de desespero, fogem aos horrores da guerra, da violência, da perseguição, da fome, uns indefesos e outros em busca e esperança de uma
vida melhor.
Sem descurar as causas endógenas e exógenas porque os refugiados fogem dos seus países, a que nenhuma Organização Mundial está isenta de culpas, bem como os Estados que superintendem no equilíbrio de forças no plano geoestratégico local e mundial, o certo é que a noção da emergência no acolhimento é inevitável perante a Europa, independentemente do que pense cada estado membro.
A falta de consenso na União Europeia, em relação à vaga de refugiados e migrantes, é prova da incapacidade persistente de valores que fundamentaram o projeto comunitário. Os dirigentes europeus têm que pautar a sua ação, não como meros tecnocratas, mas como verdadeiros Estadistas, respeitando os princípios de cada estado membro, mas sempre elevando e respeitando os princípios que presidiram à sua fundação. A União Europeia, caso fosse presidida por Estadistas de nome, numa hora tão urgente e dramática, não teria dúvidas e mostraria coerência e coesão na resposta a dar à emergência dos refugiados e migrantes, assim obtendo credibilidade e respeito, pelo menos humano, aos olhos do Mundo.
Os refugiados são o icebergue dum sistema económico, a nível mundial, onde impera o dinheiro e, infelizmente, não a pessoa humana.
Os refugiados não são “terroristas”, “ jihadistas”, mas também não podem ser “a islamização da Europa”!
Tivesse a União Europeia a dirigi-la Estadistas de” Eleição”, que os seus Estados Membros dariam aos verdadeiros refugiados abrigo, a realização dos seus sonhos, segurança, estabilidade e paz.

António Martins Alves