Última hora

Ex-ministro da Saúde diz que “nova era” global deve evidenciar importância de políticas de saúde

6 Abril 2021
Ex-ministro da Saúde diz que “nova era” global deve evidenciar importância de políticas de saúde
País
0

O ex-ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, defendeu esta segunda feira que o mundo está a viver “uma nova era” devido à pandemia de Covid-19, manifestando esperança num “novo entendimento” global sobre a importância das políticas de saúde.
“Estamos agora enfrentando uma nova era. Os Estados-membros da União Europeia (UE), os Estados Unidos, o Reino Unido e a China aperceberam-se de que uma doença viral pode parar a economia, pode por todos os aviões no chão”, afirmou o ex-governante numa conferência virtual sobre o tema da União Europeia da Saúde.
No debate coorganizado pela representação da Comissão Europeia em Portugal e pela Nova Economics Club, em parceria com a Nova Student’s Union, Adalberto Campos Fernandes salientou que, devido à pandemia, “pela primeira vez a saúde precedeu a economia” a nível mundial.
“Este será, possivelmente, o mais importante incentivo para uma política global com mais ambição e um novo entendimento do papel das políticas de saúde em todo o mundo”, adiantou Adalberto Campos Fernandes, para quem, após a Covid-19, “nada será como era antes” tendo em conta o impacto da pandemia na vida social e económica.
O ex-ministro sublinhou ainda a relevância que a ciência assumiu durante a pandemia e manifestou-se convicto que será possível nos próximos anos dar os primeiros passos para a constituição de uma União Europeia da Saúde direcionada para as doenças emergentes e pandemias.
Para o bastonário da Ordem dos Médicos, o passo inicial para a constituição de uma União Europeia da Saúde implica um reforço do investimento de cada Estado-membro neste setor.
“Se queremos uma União Europeia da Saúde, temos de começar a investir nos sistemas nacionais da saúde. Temos um nível de investimento fortemente diferente de país para país em termos de saúde”, alertou Miguel Guimarães.
De acordo com o bastonário, este processo passa também por garantir que a União Europeia tem uma liderança forte em termos de saúde, apontando o exemplo da vacinação contra a Covid-19.
“Se pensarmos no que aconteceu com a vacinação, vemos que tivemos o melhor e o pior”, disse Miguel Guimarães, realçando a colaboração dos países na compra das vacinas como positiva.
Pelo contrário, a suspensão temporária da administração da vacina da AstraZeneca constitui “um exemplo para o futuro”, disse, tendo em conta que vários países decidiram por si próprios pela interrupção, apesar das recomendações da Agência Europeia do Medicamento (EMA na sigla em inglês) e da Comissão Europeia.