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O Natal do século XXI

22 Dezembro 2017
O Natal do século XXI
Opinião
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Natal! Época de magia, de luz, de solidariedade e de paz. Quem não se sente feliz ao ver o brilho nos olhos de uma criança quando a mesma vê o pai natal e entra num mundo imaginário, onde a pureza e a inocência são as palavras mestras. Esta magia acaba por contagiar os adultos que perante o cenário idílico das ruas e dos centros comerciais iluminados se convertem naquele velhinho de barbas brancas e assim começa a corrida desenfreada às compras. Desta forma, satisfaz-se os pedidos das criancinhas, que colocaram no marco do correio uma carta com uma lista infindável de brinquedos que, por vezes, nem são adequados à faixa etária da criança, como por exemplo um miúdo de três anos pedir um tablet, descurando jogos didáticos manuais que se revelam mais vantajosos já que nem prejudicam a visão, nem fomentam a dependência da tecnologia.
Esta realidade culmina com a dádiva de brinquedos, que já estão desusados ou um pouco danificados a instituições e assim pratica-se a boa ação do ano, porém sabemos que aqueles objetos teriam dois destinos idênticos: a reciclagem ou a doação a meninos desfavorecidos e optando por esta última opção traduz-se num gesto de solidariedade fingido e tranquilizador das almas. Assim, pode-se oferecer aqueles inúmeros objetos modernos que estão a enfeitar uma colossal árvore ao canto da sala e serão oferendas na noite de Natal.
Para além das crianças, também os adultos se deixam levar por esta onda consumista. Muitos aproveitam os descontos inerentes a esta época natalícia para adquirir tecnologias de última geração a fim de mostrar aos amigos que são detentores daquele equipamento, o que lhes confere prestígio social.
Lamentavelmente, o natal deixou de estar associado à união da família com o intuito de comemorar com jubilo o nascimento de Jesus e transformou-se num negócio dissimulado.
A troca de lembranças é um ato que deverá permanecer nos hábitos das famílias do atual século, já que até Jesus foi presenteado pelos reis magos, no entanto não é o valor material do presente que conta, mas a magia e o amor que cada oferenda contém.
Por isso, estimados leitores, reflitamos sobre a essência do natal, vivam-no com a fraternidade e ternura que o próprio vocábulo acarreta e olvidemos desavenças, e hipocrisias uma vez que no dia 25 de dezembro comemora-se o nascimento de Jesus, Salvador dos homens. Este santo acontecimento personifica a paz, a vida, o fim das trevas, a solidariedade genuína e sobretudo a libertação do materialismo.
Desejo-vos um Santo Natal!

Maria do Carmo Fonseca