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Maria do Rosário Pedreira diz que prémio Casino da Póvoa do Correntes d’Escritas é o mais especial

18 Fevereiro 2023
Maria do Rosário Pedreira diz que prémio Casino da Póvoa do Correntes d’Escritas é o mais especial
Cultura
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A escritora portuguesa Maria do Rosário Pedreira, que venceu o prémio Casino da Póvoa, galardão máximo do festival literário Correntes d’Escritas, da Póvoa de Varzim, confessou que esta foi uma distinção “mais especial do que qualquer outra”.
“Tenho de agradecer ao júri, ao Correntes e ao Casino da Póvoa. Este é um prémio muito especial, não só porque este foi um livro muito sofrido, mas recompensado por esta distinção, como também porque foram as Correntes d’Escritas que me deram uma vida. É, por isso, um prémio mais especial do qualquer outro”, disse a escritora de 62 anos, natural de Lisboa.
Maria do Rosário Pedreira venceu o Prémio Literário Casino da Póvoa 2023, com o livro “O Meu Corpo Humano”, num trabalho que foi enaltecido pelo júri pela “coerência temática e estilística, bem como pela ousadia na forma como aborda a experiência do corpo humano nas suas múltiplas dimensões”.
A autora considerou que “num tempo atual com muito ódio e antipatia” o seu livro “chama atenção para os outros”, falando da experiência de o escrever.
“Este é um livro muito virado para o outro, em que consegui sair de mim mesma, e ter toda uma parte de atenção ao outro. Precisamos de compaixão e empatia, e a literatura é um pouco isso, porque nos identificamos com os personagens”, descreveu a escritora e poetisa.
Maria do Rosário Pedreira saudou a lista de finalistas que consigo discutiram a conquista deste prémio, no valor de 20 mil euros, considerando que “a poesia portuguesa está de boa saúde”.
“O facto de ter ganhado [o prémio] foi um mero acaso. Qualquer pessoa da lista podia ter ganhado. Senti, desde o início, que o que interessa é perceber que pessoas de várias gerações e escolas de escrita mostraram que a poesia está viva, recomenda-se, e que Portugal continua a ser um país de poetas”, disse a autora.
A escritora, que também foi professora, deixou, ainda, um apelo para que as escolas trabalhem mais a literatura, considerando que ainda há muito caminho a fazer nesta matéria.
“Penso que tudo o que poderá ser feito para divulgar a literatura é essencial para que os nossos jovens sejam mais empáticos. Está provado que quem lê é mais empático. Sinto que não se está a dar a devida atenção à literatura nas escolas”, desabafou Maria do Rosário Pedreira.