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Ciclista poveiro Rui Costa aponta às Ardenas e ao Tour sem esquecer provas portuguesas

13 Fevereiro 2023
Ciclista poveiro Rui Costa aponta às Ardenas e ao Tour sem esquecer provas portuguesas
Desporto
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Rui Costa é o cabeça de cartaz da inédita Figueira Champions Classic, prova que não esconde que gostava de ganhar, tal como a Volta ao Algarve, mas as Ardenas e o Tour são os objetivos prioritários do ciclista poveiro.
Hoje, quando arrancar para os 190 quilómetros da ligação com início e final na emblemática Torre do Relógio, que incluem quatro prémios de montanha nos últimos 50 quilómetros, disputados em circuito – Parque Florestal (a 50,3 km da meta), Enforca Cães (a 36,4 km), Parque Florestal (a 20,2 km) e Enforca Cães (a 6,3 km) -, o ciclista da Intermarché-Circus-Wanty saberá que é ele o ‘alvo a abater’ para o restante pelotão.
“É a primeira vez que se faz uma clássica [em Portugal] incluindo equipas do circuito mundial [WorldTour], o que é fantástico. Tive o cuidado de conhecer o circuito final. […] Os últimos quilómetros têm uma subida junto ao mar que é dura, mas o vento também se irá sentir bastante de frente, o que impede que um possível grupo pequeno possa chegar, porque a dureza é na parte inicial. Depois dessas dificuldades, que são seis, sete, minutos, temos 20 quilómetros até à meta. É tempo suficiente para se poderem organizar para uma chegada ao sprint”, avalia Rui Costa.
O ciclista da Póvoa de Varzim, de 36 anos, teve o “feeling” de que a clássica figueirense será disputada em pelotão compacto, embora não esconda que gostaria de vencer a prova, sobretudo por ser em ‘casa’, tal como acontece com a Volta ao Algarve.
“É sempre um motivo de orgulho vir a Portugal, tanto fazer a Figueira como o Algarve. Tenho estado sempre ali no top 5, mas, sinceramente, vejo que às vezes é um bocadinho difícil passar aquilo, porque, tendo um contrarrelógio, dificulta sempre mais para mim. Mas como costumo fazer em todas as provas, às que vou, e neste caso falando do Algarve, irei dar o meu melhor”, promete.
Terceiro classificado em 2014, e top 5 em outras três ocasiões, Rui Costa é um dos candidatos ao pódio na ‘Algarvia’ e, apesar das dificuldades que o esperam entre quarta feira e domingo, entre Portimão e Lagoa, assume que, para si, “poder ganhar em Portugal era sempre muito gratificante”.
Concluída a Volta ao Algarve, Rui Costa rumará a França, onde disputará as clássicas Ardéche e Drome (25 e 26 de fevereiro), antes de viajar “diretamente para Itália para fazer [o Troféu] Laigueglia e Strade Bianche”, agendados, respetivamente, em 1 e 4 de março.
“Depois, irei fazer uma pausa, em que irei preparar o que é o mês de abril: País Basco, clássicas das Ardenas e [Volta à] Romandia. E, a seguir, irei fazer um estágio de preparação para a Volta à Suíça e para o Tour”, enumera.
O objetivo principal, tanto da equipa como o seu, revela, “é apontar tudo para as clássicas das Ardenas e para o Tour”, ao qual regressará após no ano passado ter feito parte da equipa que apoiou João Almeida na Volta a Itália.
O campeão mundial de fundo de 2013 espera que neste regresso à Volta a França possa voltar a estar na discussão de etapas, ou não tivesse ele já três no seu currículo – duas em 2013 e uma em 2011.
“Tenho sempre um respeito enorme pelo Tour, porque sei as dificuldades dos primeiros dias. A primeira semana é sempre muito agitada, muito complicada, porque há sempre muito nervosismo. E saindo do País Basco, nem sei se é melhor ou se é pior. O País Basco é duro em si, as estradas são muito estreitas. […] Respeito muito as primeiras etapas e, se as coisas correrem bem, tendo um papel livre, o objetivo será sempre, tanto meu como dos meus colegas, ir [lutar] por etapas. E temos o [Louis] Meintjes que será para a geral”, avança.
Fora das contas, para já, estará voltar a lutar pela camisola arco-íris, uma vez que, como alerta, ao contrário de outros desportos, no ciclismo o percurso da prova varia a cada ano.
“Se fosse sempre em terreno plano, ou no mesmo percurso, ou um gráfico parecido ou igual, as aspirações seriam sempre as mesmas e poder lutar sempre por um Mundial era maravilhoso. Infelizmente, todos os anos os percursos são diferentes. Sabemos que, hoje em dia, é um percurso de 270 quilómetros, se falarmos de uma média de [desnível acumulado] de 3.000 metros, já não é um Mundial duro”, nota, recordando que em 2018 disputou uns Europeus em Glasgow e não gostou muito do percurso por ser “muito citadino, algo perigoso”.