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Gerente de Stand em Vila do Conde desaparece após ter sido libertado pelo Tribunal da Relação

22 Novembro 2022
Gerente de Stand em Vila do Conde desaparece após ter sido libertado pelo Tribunal da Relação
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O empresário espanhol Eloy Castro, que geria um Stand de automóveis em Vila do Conde, está fugido às autoridades portuguesas e espanholas, depois de ter sido libertado pelo Tribunal da Relação na sequência da sua detenção por suspeitas de burla no negócio de automóveis e tratores em segunda mão.
O galego, de 45 anos, tinha sido detido pela Guarda Nacional Republicana (GNR) no final do Verão, em Vila do Conde, na sequência de um mandado de busca da Europol, solicitado pela justiça espanhola.
Segundo relata o jornal espanhol El Progresso, “por motivos nunca revelados”, O Tribunal da Relação do Porto decidiu que Eloy Castro poderia “ficar em liberdade”, apesar de “estar fugido à justiça espanhola há mais de dois anos” por suspeita de burlas diversas que levariam ao caso Autocentrum.
O empresário encontrava-se detido na cadeia de Lugo e foi libertado, sob vigilância, após a ordem do Tribunal da Relação.
De acordo com o Jornal de Notícias, Eloy Castro nunca se apresentou no posto territorial de Vila do Conde, como lhe ordenou aquela instância judicial.
Diz o El Progresso que, apesar de Eloy Castro estar desaparecido, conseguiu de alguma forma contactar com o advogado José Fernández, fazendo chegar às instâncias judiciais de Lugo, na Galiza, um documento onde é pedida a nulidade da ordem de detenção, tanto espanhola como europeia, por alegadas “ilegalidades constitucionais” no processo.
A Defesa do empresário alega que deveria ter sido informada previamente da emissão da ordem de detenção e que a mesma também deveria ter sido comunicada ao Ministério Fiscal, órgão com autonomia nas questões judiciais relacionadas com burlas financeiras.
Outro dos argumentos aponta a não notificação domiciliária do visado, embora a Defesa saiba que Eloy Castro estava fugido e em paradeiro incerto há dois anos.
A justiça segue Eloy Castro praticamente desde que este começou um negócio de compra e venda de veículos na internet. As denúncias de várias pessoas que foram burladas começaram a chegar de quase todos os pontos de Espanha, fazendo com que, agora, possa vir a ser julgado em diversos tribunais.
Durante anos, contextualiza o La Voz de Galicia, dedicou-se à comercialização de veículos e máquinas que vendia a clientes, enganando-os, pois grande parte dos bens eram roubados e os veículos tinham documentos falsificados.
À parte destes esquemas, o empresário está envolvido no caso Autocentrum, o nome de um Stand que geria em Lugo, na Galiza, visado por mais de uma dezena de pessoas que se dizem enganadas pelo empresário.
As burlas foram tantas que a autoridade fiscal pede nove anos de cadeia pelo que sucedeu nesse concessionário, fora os crimes via internet, que devem ser julgados à parte.
Só no processo Autocentrum, os lesados pedem um total de 240 mil euros de indemnização.