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AMP assinala “momento de viragem” na qualidade do serviço de autocarros na região

30 Novembro 2022
AMP assinala “momento de viragem” na qualidade do serviço de autocarros na região
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O presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP), Eduardo Vítor Rodrigues, disse esperar que a assinatura dos contratos das novas concessões do serviço de transporte rodoviário marque um “momento de viragem” na qualidade do serviço na região.
Falando na cerimónia de assinatura dos contratos de quatro dos cinco lotes do concurso público de transporte rodoviário de passageiros na Área Metropolitana do Porto (AMP), Eduardo Vítor Rodrigues disse ter “esperança de que este momento seja um momento de viragem na qualidade do serviço de transporte público” na região.
“Temos nele [no concurso] todas as expectativas de ver, finalmente, uma verdadeira rede de transporte público que sirva as pessoas e que sirva as cidades”, tinha já dito anteriormente.
Em causa está o concurso público de 394 milhões de euros, adjudicado inicialmente por 307,6 milhões, que acaba com um modelo de concessões linha a linha herdado de 1948 e abrange uma nova rede uniformizada de 439 linhas, incluindo bilhete Andante, com a frota de autocarros a dever apresentar “uma imagem comum em todo o território”.
O também presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia disse que os autarcas metropolitanos estavam “cansados de três anos de burocracia”, mas “contentes por ter ganho todas as impugnações judiciais” interpostas por atuais operadores.
Eduardo Vítor Rodrigues considerou que “a lógica do monopólio tinha de dar origem, como se sabe, a um modelo concursal”, que “tanta falta fez nos anos que fomos vivendo”.
“O que temos hoje é uma situação limite. Limite na qualidade do transporte, na capacidade de resposta aos cidadãos, e isso fica bem plasmado em todos os dados e em todos os estudos, como fica bem plasmado na audição das pessoas que estão nas paragens do autocarro à espera, a serem transportados com condições muito deficientes, e a terem um transporte que é tudo menos regular”, considerou.
Eduardo Vítor Rodrigues assinalou, no entanto, que ainda falta “o envio dos contratos para o Tribunal de Contas” para a nova rede arrancar definitivamente, bem como um dos lotes que ficou por assinar.
Agora, foram assinados os contratos que envolvem a Nex Continental Holdings (Lote Norte Nascente: Santo Tirso/Valongo/Paredes/Gondomar), a Porto Mobilidade (agrupamento Viação do Minho/Transdev/Litoral Norte, no lote norte Poente: Póvoa de Varzim/Vila do Conde), a Xerbus (agrupamento Xerpa e Monbus no lote Sul Nascente: Santa Maria da Feira/São João da Madeira/Arouca/Oliveira de Azeméis/Vale de Cambra) e com a Transportes Beira Douro (pertencente à Auto Viação Feirense, no lote Sul Poente: Vila Nova de Gaia e Espinho).
Aos jornalistas, já após a cerimónia de assinatura dos contratos, o presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP) disse esperar “responsabilidade” dos atuais operadores na transição para os novos.
“Era o que havia de faltar se agora os operadores que perderam o concurso público se vingassem nos cidadãos”, disse, falando num “processo difícil” e “lento”.
O responsável, que foi vaiado à entrada da Área Metropolitana do Porto (AMP) por motoristas dos atuais operadores, disse que o serviço de transporte público rodoviário na Área Metropolitana do Porto (AMP) “para pior não vai”, já que está “num estado absolutamente decadente”.
Já sobre a eventual criação de uma empresa metropolitana de transportes, afirmou que a Área Metropolitana do Porto (AMP) trabalha “com os pés assentes no chão”.
“Nós não queremos uma empresa metropolitana para encher o ego de ninguém”, referiu, dizendo que tem que “servir para regular, articular, coordenar as estratégias de transporte público”.
Considerando a ideia uma “solução boa”, uma vez que a Área Metropolitana do Porto (AMP), “por si só, não tem meios suficientes” para gerir o novo concurso público, mas terá sempre de ser aprovada pelos 17 municípios que a compõem.