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Vereador a quem PSD de Vila do Conde retirou confiança política aponta factos “bizarros”

14 Outubro 2022
Vereador a quem PSD de Vila do Conde retirou confiança política aponta factos “bizarros”
Política
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O vereador eleito pelo PSD para a Câmara Municipal de Vila do Conde e a quem a concelhia retirou a confiança política, Pedro Soares, disse ser “bizarro” não lhe ter sido dado o direito ao contraditório.
Militante dos social-democratas, único representante do partido no Executivo Camarário de Vila do Conde, que é liderado pelo PS, o autarca diz ter sabido pela Comunicação Social da decisão da concelhia, que justificou a tomada de posição pela “deterioração da relação de confiança e falta de articulação política” entre ambas as partes.
“Estranha-se que, tendo havido uma reunião visando a retirada de confiança política, se torne, no mínimo, bizarro, não lhe ter sido concedido sequer o direito democrático de exercício do contraditório”, apontou Pedro Soares, através de comunicado, lamentando “a falta de lealdade” do PSD de Vila do Conde.
O vereador disse que “enquanto não forem esclarecidos todos os pormenores relacionados com os procedimentos formais da deliberação [do PSD de Vila do Conde] que visa a retirada de confiança política”, não a pode “tomar como válida e com eficácia”.
Pedro Soares mostrou “espanto” pela existência de uma reunião da Comissão Política Concelhia do PSD de Vila do Conde para lhe ser retirada a confiança política do cargo de vereador, garantindo que “desde dezembro de 2021 até ao dia de hoje nunca foi entregue convocatória para qualquer reunião ordinária ou extraordinária”.
“Não existe um único voto, proposta ou ação no exercício das minhas funções de vereador que fosse contrário ao pensamento político do PSD de Vila do Conde. Ou seja, sempre respeitei o programa eleitoral”, garantiu, ainda, Pedro Soares.
O vereador dos social-democratas na Câmara Municipal de Vila do Conde acrescentou, também, que “a Comissão Política Concelhia, após quase um ano de mandato, não emitiu um guião estratégico e nem apresentou uma lógica formal ou informal de atuação”.
“Colaborar com a inexistência é algo que não sei fazer”, disse, lembrando, contudo, que mal seja apresentada essa mesma estratégia, terá “oportunidade de a poder seguir”, mas se não violar os seus “princípios políticos e morais”.
O vereador, que refere ser militante do PSD desde 1992, considera que no partido “não cabem sinais de pressão ou ostracização a quem pense de modo diferente”, ou seja, não vigora a penalização por “delito de opinião”, e lamentou a divergência do PSD de Vila do Conde.
“O que é público, como fundamento para a retirada de confiança política, resume-se à não aceitação da opinião ou ideia diferente”, concluiu o vereador.