Mário Almeida apela “a mais consensos e menos roturas” na Associação Nacional de Municípios

Política

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Mário Almeida, ex-presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), apelou esta terça feira a que sejam encontrados “mais consensos e menos roturas” no seio da instituição, esperando que esta “mantenha a força que sempre teve”.
“A saída de autarquias da ANMP não é boa, pois enfraquece a força que a instituição sempre teve. Em vez das roturas devemos lutar pelos consensos. Será mais fácil lutarmos pelas pretensões dos municípios se estivermos todos juntos” disse o ex-autarca, que durante 12 anos liderou o Conselho Diretivo da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP).
O também antigo presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde, que comandou este município do distrito do Porto durante quase quatro décadas, eleito pelo PS, reconheceu a complexidade das negociações com o Governo, vincando que “todos os autarcas querem sempre o melhor para as suas populações”.
“Qualquer presidente de Câmara, seja independente ou de qualquer partido, tem sempre o mesmo objetivo de melhorar a vida dos seus munícipes. Temos de ser exigentes, porque os autarcas querem sempre mais e o Governo quer despender o menos possível. Unidos, sinto que temos mais força nas negociações”, acrescentou Mário Almeida.
O ex-autarca de Vila do Conde considerou o processo de descentralização “mais prioritário” do que a regionalização, defendendo a transferência de competências para as autarquias, mas com um correspondente ‘envelope’ financeiro.
“Considero importante a regionalização, mas prioritária é a descentralização, atribuindo novas responsabilidades às Câmaras Municipais, mas também às Juntas de Freguesia, obviamente com os correspondentes meios e recursos financeiros para melhor e mais rapidamente servirem as populações, conforme tem sido referido pela atual Presidente da ANMP, Luísa Salgueiro”, partilhou Mário Almeida.
O ex-líder da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), cujo trabalho desenvolvido naquela associação foi alvo de elogios do autarca da cidade vizinha da Póvoa de Varzim, o social-democrata Aires Pereira, um dos que agora pondera a saída da associação, lembrou que, ainda nos seus mandatos (1990-2002), foram negociadas com o Governo algumas transferências de competências.
“Aconteceram no âmbito do transporte escolar, na edificação e manutenção de edifícios escolares, na assunção de assistentes operacionais para os ensinos pré-escolar e 1.º, 2.º e 3.º ciclos. Já na ação social, tal não foi possível concretizar-se face à divergência de verbas a transferir do Estado para as autarquias, embora tendo havido a envolvência das IPSS’s [Instituições Particulares de Solidariedade Social], Misericórdias e Mutualidades”, recordou Mário Almeida.
Além dos 12 anos na presidência do Conselho Diretivo da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Mário Almeida liderou durante outros 12 o Conselho Geral do organismo, sendo sucedido no cargo diretivo por Fernando Ruas (PSD/3 mandatos), Manuel Machado (PS/2 mandatos) e agora por Luísa Salgueiro (PS).
O histórico dirigente socialista, de 78 anos de idade, que comandou a Câmara Municipal de Vila do Conde entre 1974 e 2013, foi ainda vice-presidente do Conselho de Municípios e Regiões da Europa e presidente da Organização Iberoamericana para a Cooperação Intermunicipal.