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Eixo Atlântico realça que Área Metropolitana do Porto produz 54% do PIB do Norte de Portugal

2 Maio 2022
Eixo Atlântico realça que Área Metropolitana do Porto produz 54% do PIB do Norte de Portugal
Economia
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O relatório socioeconómico do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular, divulgado hoje, destaca que, dos 60,3 biliões de euros produzidos no Norte de Portugal em 2020, 54% vêm da Área Metropolitana do Porto, revelando uma “polarização económica”.
“O Produto Interno Bruto (PIB) do Norte de Portugal ascende, em 2020, a 60.328.346 milhões de euros. Mais de metade do mesmo (54%) vem da Área Metropolitana do Porto (AMP); seguida pelos 12% que provêm do Cávado e 11% do Ave, fazendo com que a dita polarização económica mostre o seguinte rácio: o PIB da AMP é 4,6 vezes superior ao da região do Cávado”, lê-se no documento.
A apresentação do primeiro relatório socioeconómico do Eixo Atlântico do Nororeste Peninsular, que olha para o Norte português e para a Galiza, aconteceu hoje na sede da Associação Empresarial de Portugal (AEP), em Matosinhos, no distrito do Porto.
Em termos do PIB per capita, a Área Metropolitana do Porto (AMP), com um índice de 18.719 euros por habitante, o Cávado de 17.300 euros/habitante, e o Ave de 16.534 euros, ocupam os três primeiros lugares, em contraste com o Douro, com 14.601, o Alto Tâmega, com 12.688, e o Tâmega e Sousa, com 12.310, o que demonstra que “as áreas mais produtivas estão localizadas no litoral do território”, destaca o texto.
O ecossistema empresarial é dominado por microempresas, com menos de 10 trabalhadores, que “representam 95,6% do total de empresas da região”, seguindo-se 3,8% de empresas médias (de 10 a 249 trabalhadores), e apenas 0,1% das empresas são grandes, com mais de 250 trabalhadores, correspondendo a 296 estabelecimentos.
A polarização económica transparece na dispersão territorial, com 206.628 empresas na Área Metropolitana do Porto (AMP), zona onde se concentram 189 grandes empresas, 47.027 no Cávado, 40.264 no Ave, que tem 37 grandes empresas, e 38.457 no Tâmega e Sousa.
Em termos setoriais, a região Norte dedica-se, maioritariamente, ao comércio, mas também ao setor agrário e a atividades públicas relacionadas com a saúde, educação e apoio social.
Na Área Metropolitana do Porto (AMP) são predominantes as atividades terciárias e industriais, uma tendência seguida, ainda que em menor escala, pelo Tâmega e Sousa e Cávado e Ave, enquanto as regiões do Douro, Trás-os-Montes e Alto Minho têm um “padrão de especialização específico com base no setor primário”.
A única região com um saldo positivo de atratividade empresarial é o Grande Porto, onde, “por cada empresa que se dissolve, nascem 1,32 empresas”, enquanto Alto Minho, Alto Tâmega, Douro e Trás-os-Montes apresentam saldos demográficos empresariais negativos, sendo o pior Trás-os-Montes, com uma taxa de 0,83 empresas criadas por cada empresa fechada.
Quanto à taxa de sobrevivência, 73,6% das empresas sobrevivem após um ano de atividade, 59,13% depois de dois, 49,8% mantêm-se ativas a partir do terceiro ano, e somente 34,8%, pouco mais de um terço, continuam abertas ao fim de cinco anos de operação.
A economia galega, releva o documento, cresceu 5,2% em 2021, uma evolução “robusta e muito positiva, se se tem em conta os lastros que impôs a Covid-19”, o que “augura altas probabilidades de crescimento e consolidação”, embora o futuro esteja condicionado pela “utilização de fundos europeus” e pela guerra na Ucrânia.
Também nesta região há uma forte assimetria territorial em termos da concentração de empresas e da produtividade das mesmas, com melhores resultados junto à faixa litoral.