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Baixa produtividade e assimetrias territoriais são maiores problemas do Eixo Atlântico

2 Maio 2022
Baixa produtividade e assimetrias territoriais são maiores problemas do Eixo Atlântico
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O primeiro relatório socioeconómico do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular, Norte de Portugal e Galiza quer “informar as decisões de futuro” e revela baixa produtividade e assimetrias territoriais, destacaram hoje os responsáveis, na apresentação do documento.
A iniciativa surge da necessidade de “ter estudos rigorosos para que todos os decisores, quer políticos, quer das autarquias, comunidades regionais, tenham os dados para tomarem as decisões”, explicou Xoan Mao, secretário-geral do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular.
Este documento, “o primeiro deste género feito em conjunto entre dois países”, realçou o responsável, foi hoje apresentado na sede da Associação Empresarial de Portugal, em Matosinhos, no distrito do Porto, e terá uma periodicidade anual.
O secretário-geral desta entidade revelou que a “assimetria da disponibilidade dos dados na Galiza e no Norte de Portugal” são um entrave à comparação direta entre os dois territórios, e atribuiu a ‘culpa’ ao facto de haver regionalização em Espanha, e, por isso, os dados estarem mais atualizados.
Com a “economia como principal eixo”, o estudo que olha para a demografia, o contexto económico e empresarial, a inovação, o mercado de trabalho e o turismo das duas regiões revelou “baixa produtividade” e “assimetrias territoriais” dos dois lados da fronteira, frisou Lara Méndez, presidente do Eixo Atlântico.
Esta “fotografia social e económica” mostra as “semelhanças da Galiza com o Norte de Portugal”, onde há “duas velocidades – na frente atlântica e no interior”, considerou a presidente da Câmara de Lugo.
Numa altura em que as fragilidades destes territórios “pioraram com a pandemia [de Covid-19], e que não tendem a recuperar perante a situação bélica” na Ucrânia, o “aumento de gastos públicos” revelou-se essencial para o “esforço de contenção e de manter o tecido produtivo”, prosseguiu.
“O investimento foi importante, mas não pode ser a única solução, não se pode manter estes gastos das administrações públicas locais”, avisou Lara Méndez.
É por isso que a responsável quer olhar para as “oportunidades que devem ser aproveitadas através de fundos europeus” e “fornecer infraestruturas de ligação para fazer o território produtivo”, bem como nas novas tecnologias.
Também o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, referiu os “dados preocupantes que atestam um menor desenvolvimento desta eurorregião e de muitas assimetrias dentro do território”, mas disse que este estudo é uma “fonte de esperança, porque há várias oportunidades de trabalho”.