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Banco Carregosa prevê para 2022 subida dos preços, pressões salariais ou custos da energia

25 Janeiro 2022
Banco Carregosa prevê para 2022 subida dos preços, pressões salariais ou custos da energia
Economia
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O Banco Carregosa prevê que em 2022 a economia global seja cada vez menos afetada por novos surtos de Covid-19, mas aponta para outros riscos, como a subida dos preços, pressões salariais ou custos da energia.
“Há um consenso generalizado de que 2022 continuará a ser um ano de crescimento económico robusto a nível global, mas a um ritmo mais moderado, em consonância com a fase mais madura do ciclo”, refere o ‘Outlook Inverno’ do Banco Carregosa, esta segunda feira divulgado.
Perante a crescente taxa de vacinação estima-se que a economia global seja cada vez menos afetadas por novos surtos de Covid-19, mas há outros riscos à espreita, indica o documento, destacando os riscos políticos “desde as eleições presidenciais em França às intercalares nos EUA em novembro, problemas nas cadeias de abastecimento, que tenderão a normalizar ao longo do ano, a subidas nos preços e pressões salariais, à turbulência no mercado imobiliário chinês e aos custos da energia”.
Detendo-se na evolução da inflação na Europa, o Banco Carregosa refere que esta dependerá em grande medida dos custos da energia, notando que “a natureza intermitente das energias renováveis, tais como a eólica, a solar e a hídrica, não responde cabalmente às constantes necessidades energéticas da economia, impulsionando os custos da eletricidade e, consequentemente, a inflação de preços no consumidor europeu”.
Numa análise ao mercado obrigacionista, o ‘Outlook Inverno’ do Banco Carregosa perspetiva “grandes desafios” para o ano de 2022, sobretudo no segundo semestre, altura em que será mais notória a redução nos programas de compra de ativos por parte dos bancos centrais.
“Espera-se uma subida das taxas de referência nas maiores economias, sendo que estas deverão atingir o seu nível de equilíbrio, resultando numa variação menor do que o que aconteceu em ciclos económicos anteriores”, lê-se no documento.
Apesar do atual panorama de subida da inflação, perspetiva-se que “a inflação caia no final de 2022, à medida que os efeitos do preço da energia e das interrupções nas cadeia de abastecimento se esvaneçam”, com o Banco Carregosa a considerar que “os bancos centrais e os governos vão tentar a transição para um crescimento económico sustentado e não inflacionista”.
No editorial que abre este “Outlook”, o ‘Chief Investment Officer’ do Banco Carregosa, Mário Carvalho Fernandes, acentua que “no médio prazo, o risco de uma inflação crescente está agora mais equilibrado em comparação com a tendência de japonização do mundo desenvolvido que se vinha a observar”.
Sobre os mercados acionistas, considera que nos próximos meses a conjuntura económica deverá continuar a criar uma envolvência positiva para estes mercados.
“É expectável maior volatilidade, com correções mais frequentes e de maior magnitude, com alguma rotação setorial para atividades mais cíclicas, mas mantendo a tendência de valorização”, refere, acrescentando que na componente obrigacionista, a exposição seletiva ao risco de crédito deve continuar a ser privilegiada em relação ao risco de taxa de juro.