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Ex-presidente da Câmara de Vila do Conde Elisa Ferraz “indignada” com acusações do sucessor

16 Dezembro 2021
Ex-presidente da Câmara de Vila do Conde Elisa Ferraz “indignada” com acusações do sucessor
Política
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A ex-presidente e atual vereadora da oposição da Câmara Municipal de Vila do Conde, Elisa Ferraz, garantiu que o seu sucessor está a dizer “falsidades” quando a acusa de ter deixado um buraco financeiro de 13 milhões de euros.
Elisa Ferraz, que pertence ao movimento independente NAU e que liderou a autarquia vilacondense nos últimos oito anos, mostrou-se “indignada” com as declarações do atual presidente, o socialista Vítor Costa, considerando que este está a “dispersar atenções para aumentar o endividamento do município”.
“[Vítor Costa] está a criar clima de suspeição, que se repudia, com uma estratégia de mal dizer, sem fundamento, para camuflar um novo empréstimo de cinco milhões que pretende fazer. É um comportamento antidemocrático, envolto em falsidades, que Vila do Conde não merece”, disse Elisa Ferraz, numa conferência de imprensa hoje promovida.
Sobre o alegado buraco financeiro que Vítor Costa diz ter encontrado na autarquia, com um saldo de caixa transitado de sete milhões de euros e compromissos no valor de 20 milhões, a ex-autarca garante que “não deixou uma fatura por pagar”.
“Garanto que deixei nos cofres do município, em outubro, cerca de 10 milhões de euros em caixa. Esse será o saldo que vai transitar para 2022, e que provavelmente é o maior nos últimos 20 anos. E se os compromissos são de 20 milhões, não se pode dizer que haja buraco, pois ao longo de 2022 há receitas que a Câmara vai receber assim como verbas dos fundos comunitários”, esclareceu a ex-presidente da Câmara Municipal.
Precisamente sobre os fundos comunitários, Vítor Costa diz que o anterior executivo empolou os valores, orçamentando, em 2021, 10 milhões de euros, mas só recebendo 3 milhões.
Elisa Ferraz explicou que essa diferença de sete milhões ainda não entrou nos cofres municipais “porque as obras ainda não estão concluídas”, mas garantiu que as mesmas têm já o apoio europeu, nesse valor, garantido.
“O pagamento dos fundos está condicionado à execução das obras. Como as obras ainda estão em curso, e as faturas das mesmas ainda não foram pagas, os valores dos apoios ainda não podem ser transferidos para a Câmara. Mas todas as candidaturas estão aprovadas”, vincou a anterior presidente de Câmara.
Elisa Ferraz garantiu, ainda, que na vigência dos seus dois mandatos na liderança da autarquia vilacondense reduziu a dívida do município de 57 para 25 milhões [32 milhões de euros], acusando o atual presidente de “mentir” quando diz que a autarca assumiu 35 empréstimos no valor de 30 milhões de euros.
“Enquanto presidente e com capacidade de decisão, não criei mais dívida. Fiz apenas a reformulação da já existente, com condições mais vantajosas, para que pudéssemos sair do PAEL [Programa de Apoio à Economia Local] e de todas as restrições inerentes”, disse.
Pelo contrário, a agora vereadora da oposição acusa o novo presidente de Câmara de retomar um “ciclo antigo de endividamento para cumprir promessas eleitorais”.
“Estes cinco milhões vão servir para os compromissos assumidos nas eleições, que ninguém com bom senso, e antes de conhecer as contas municipais, podia prometer. A autarquia tem contas organizadas e consolidadas, mas não pode assumir essas promessas eleitorais, que são uma impossibilidade política e financeira”, vincou Elisa Ferraz.
A anterior presidente de Câmara disse, por fim, que votou contra o orçamento de 64 milhões apresentado pela maioria socialista, que agora lidera a autarquia, e mostrou-se de acordo com a auditoria externa prometida pelo seu sucessor, esperando que a mesma seja pública e garantindo estar “completamente tranquila em relação ao desfecho da mesma”.