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Portalegre assinala com dois livros 120 anos do nascimento do escritor vilacondense José Régio

5 Outubro 2021
Portalegre assinala com dois livros 120 anos do nascimento do escritor vilacondense José Régio
Cultura
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Dois livros foram apresentados em Portalegre para assinalar os 120 anos do nascimento do escritor José Régio, natural de Vila do Conde, mas que residiu durante 37 anos naquela cidade alentejana.
A iniciativa, promovida pela Câmara Municipal de Portalegre e denominada “Festa”, decorreu a partir das 17:30 do dia 17 de setembro, data em que nasceu o escritor e professor, revelou o município.
A essa hora, foi apresentado na Casa-Museu José Régio a obra “Quando a Minh´Alma Fala, a Sua Voz é Um Grito”, fruto de um “esforço conjunto” entre os municípios de Portalegre e Vila do Conde, que são cidades geminadas.
O livro, cuja apresentação foi feita por Fernando Martinho, autor do prefácio, aborda a coleção de Cristos nas casas do escritor, sendo composto por textos de José Régio e uma fotografia de Adalrich Malzbender.
No mesmo dia e no mesmo local, foi ainda apresentada a reedição da obra do poeta “Confissão dum Homem Religioso”.
As duas obras literárias são editadas pela Opera Omnia, do editor José Manuel Costa, e têm como objetivo homenagear José Régio enquanto “figura singular” e “artista polifacetado”, considerado uma das “mais importantes personalidades” do século XX em Portugal.
José Régio foi professor no antigo Liceu Nacional de Portalegre (atual Escola Secundária Mouzinho da Silveira), de 1929 a 1962, ano em que se aposentou do serviço docente, tendo-se mantido naquela cidade alentejana até 1966.
José Régio, autor de “Fado português”, que Amália Rodrigues gravou, “Cântico negro” e “Toada de Portalegre”, entre outros poemas, foi professor no então liceu de Portalegre, cidade que preserva a sua casa como museu, incluindo coleções de escultura, pintura, faiança, mobiliário, metais e têxteis, destacando-se a dos Cristos.
A casa era uma pensão, onde Régio alugou um quarto, mas, ao longo dos 34 anos em que viveu na cidade, foi adquirindo outros quartos, até ficar com a casa por completo.
Em 1965, Régio vendeu a sua coleção ao município com a condição de este adquirir, restaurar e transformar a casa em museu, ficando o autor de “Vestido cor de fogo” com o usufruto até à sua morte. A casa-museu abriu portas a 23 de maio de 1971.
Além da poesia, o autor de “Davam grandes passeios aos domingos” escreveu teatro, ensaio e ficção.