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Grupo tailandês Minor diz que Portugal deverá registar “grande salto” na procura turística

26 Outubro 2021
Grupo tailandês Minor diz que Portugal deverá registar “grande salto” na procura turística
Economia
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Portugal está a “abrir caminho” na recuperação turística e deverá registar um “grande salto” na procura devido ao alívio das restrições e à ampla cobertura vacinal contra a Covid-19, disse hoje o presidente executivo do grupo tailandês Minor.
“Há países que estão muito à frente de outros [na recuperação do turismo], sobretudo por causa da vacinação. E nos países onde a vacinação foi acelerada, como Espanha e Portugal, vemos os negócios a regressar fortemente”, disse Dillip Rajakarier.
Para o responsável do grupo que em 2016 comprou 14 hotéis da marca Tivoli em Portugal, que falava à margem da conferência The Resort and Residential Hospitality Forum, em Vilamoura, o alívio das restrições tem tornado mais fáceis as viagens turísticas para a Europa, face a outras regiões do mundo.
“Tem sido mais fácil para os turistas virem para a Europa e nesses países [onde há alívio de restrições] haverá um grande salto na procura nos próximos meses. Nos países que ainda têm restrições será mais lento”, enfatizou.
Segundo Dillip Rajakarier, a maior parte dos hotéis do grupo Minor no sul da Europa “está a ir muito bem”, no norte europeu a recuperação está a ser “um pouco mais lenta”, e na América do Sul está a acontecer “ainda mais devagar devido à [pouca] vacinação e ao número de casos”.
“Estamos muito otimistas em relação a Portugal, é um grande destino. Os outros países até podem ter os mesmos atrativos, mas acho que Portugal é muito avançado, tendo em conta a sua reduzida dimensão”, sublinhou.
Segundo o presidente executivo do grupo Minor, a intervenção dos organismos públicos no apoio à retoma do setor turístico em Portugal e o facto de os portugueses terem “abraçado” o processo de vacinação fazem com que o país esteja “a abrir caminho” em termos de recuperação.
“O que é único e positivo em Portugal é que os portugueses abraçaram realmente o conceito de vacinação, ao contrário de outros países em que, mesmo com altas taxas de vacinação, não vemos as pessoas com esta ligação” ao processo vacinal, frisou.
Para Dillip Rajakarier, o foco agora deve ser o ano de 2022, para que se tentem alcançar níveis de crescimento superiores a 2019, tendo em conta que “os hotéis têm de pensar em como lidar com os novos hábitos dos consumidores”.
Nos últimos dois anos, notou, não só o panorama económico se alterou – com a subida da inflação, dos custos das operações ou da energia, por exemplo -, como surgiram novos segmentos de mercado e novos mercados.
Segundo aquele responsável, a pandemia de Covid-19 fez nascer um novo segmento de mercado – o Visiting Friends, Family and Relatives (VFFR) -, que na tradução em português significa visitar amigos, família e parentes.
“É algo novo que surgiu com a pandemia porque durante dois anos não estivemos autorizados a ver os nossos pais, a nossa família, às vezes até mesmo os nossos filhos, por causa do distanciamento social”, explicou Dillip Rajakarier.
Atualmente, é notório que “as pessoas querem ligar-se aos amigos e família e há muitas viagens em torno disso, mas também viagens geracionais: os avós quererem viajar com os filhos, e até com os netos, o que está a criar um novo segmento”, apontou ainda Dillip Rajakarier.
A edição de 2021 da conferência The Resort and Residential Hospitality Forum decorre até quarta feira no Tivoli Marina Vilamoura Resort, no Algarve, reunindo especialistas mundiais em investimentos nas áreas do turismo, hospitalidade e lazer.