A Camisola Poveira fez uma incursão na Semana da Moda de Londres, num modelo híbrido, juntando eventos físicos e digitais, dos quais se destacaram a presença da marca Marques’Almeida, dos portugueses Marta Marques e Paulo Almeida.
A Camisola Poveira foi promovida pela Câmara Municipal da Póvoa de Varzim numa loja ‘pop-up’ da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) com designers não só de moda, mas das áreas de joalharia, acessórios ou cerâmicas e decoração de interiores.
Historicamente associada às tradições piscatórias da Póvoa de Varzim, a camisola feita de lã branca de fio grosso, decorada com motivos a ponto cruz, ganhou um interesse renovado este ano após uma polémica com a estilista norte-americana Tory Burch, que criou um artigo muito semelhante e o promoveu como produção própria.
O incidente ganhou dimensão mediática e, apesar de a empresária ter admitido o erro e retirado o artigo das suas plataformas de venda, está a ser promovida uma ação judicial, interposta pelo Estado Português nos tribunais dos Estados Unidos da América, contra a estilista, com um pedido de indemnização pelos danos causados por alegada apropriação abusiva do património local e nacional.
A tradição da manufatura portuguesa foi demonstrada ao vivo na “loja” da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), tendo ainda sido os visitantes desafiados a participar em bordados artesanais e técnicas de tecelagem, bem como na produção de peças e têxteis feitos à mão.
O regresso aos desfiles e ações físicas, suspensos desde o início da pandemia de Covid-19, representa uma oportunidade para a recuperação destes setores da indústria.
Um estudo da Federação das Indústrias Criativas, publicado recentemente, indica que, com investimento, podem crescer mais de 26% até 2025, e contribuir com 132,1 mil milhões de libras (155 mil milhões de euros) e criar 300.000 novos postos de trabalho.