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A Palavra d@ Candidat@: Francisco Duarte Mangas, CDU, Árvore, Vila do Conde

15 Setembro 2021
A Palavra d@ Candidat@: Francisco Duarte Mangas, CDU, Árvore, Vila do Conde
Opinião
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Árvore é uma freguesia a perder identidade. Vai-se transformando em dormitório, lugar de segunda habitação rente ao mar – que continua a galgar, a destruir amiúde o muro protetor e, mesmo assim, a construção avança na zona dunar.
Vida cultural sem expressão alguma. Nesta terra do concelho onde nasceu Régio, não existe uma pequena biblioteca pública, nem um espaço para exposições ou representação teatral. De população envelhecida, e a manter-se a tendência, Árvore não dispõe de um centro de dia público destinado à terceira idade. Carece, de igual modo, de um recinto com mínimas condições para a prática desportiva.
Em termos de mobiliário público, tome-se como exemplo da Avenida Coronel Aires Martins, a pobreza subsiste. Em Loureiro, todos os dias, os camiões saem diretamente da autoestrada para a estrada municipal que atravessa a povoação; na EN 104, que divide a parte antiga da freguesia, dentro da localidade, os carros e motos atingem velocidade de via rápida. No ambiente, muitos problemas também: há uma enorme lixeira, junto ao lugar do Outeiro, a receber toda a sorte de resíduos desconhecidos, muitos esgotos (domésticos e de vacarias) vazados no regato, etc. A lista de anomalias é grande. Junta de Freguesia queda em silêncio, sem rasgo algum, sem, junto da Câmara Municipal e de outras instituições, pressionar, denunciar. Exigir. A CDU não esteve representada nos órgãos da freguesia nos anteriores mandatos. Este facto explica, em certa medida, a subserviência, o não agitar as águas, a voz do dono, de que dirige a Junta nos últimos tempos. A mudança começa agora: temos ideais, temos propostas, a apresentar em breve, para fazer desta terra outra vez a nossa terra.
Fui jornalista profissional, continuo a viver da escrita. Não nasci em Árvore, vivo aqui há três décadas. Aqui nasceram os meus filhos, esta é também a minha terra. Pelo mundo passa uma vaga de retrocesso civilizacional, com o renascer de ideias totalitárias, da pureza racial, de desprezo pelo outro, pelo diferente. A resposta aos novos fascismos parte de cada um de nós. Por isso, aqui estou, como independente, a dar o meu contributo para espevitar a cidadania, para dar voz ao luminoso espírito de Abril.