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Candidato do BE António Louro Miguel defende remunicipalização da água em Vila do Conde

19 Julho 2021
Candidato do BE António Louro Miguel defende remunicipalização da água em Vila do Conde
Política
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O candidato do Bloco de Esquerdo (BE) à Câmara Municipal de Vila do Conde, António Louro Miguel, defendeu na passada sexta feira a remunicipalização do sistema de distribuição de água no concelho, considerando que o processo “não é impossível”.
“É preciso resolver, de uma vez por todas, os altos custos da água em Vila do Conde. Defendemos que o melhor é voltar para a esfera municipal. A atual presidente de Câmara invoca os encargos financeiros que a medida implicaria, só que não são tão elevados como isso”, partilhou António Louro Miguel.
O candidato do Bloco de Esquerda, professor de 51 anos, que repete agora candidatura à autarquia vilacondense, depois das eleições de 2017, lembrou que outros municípios do país já fizeram esse processo de resgate da concessão de água, que em Vila do Conde foi atribuída à empresa Indaqua em 2002.
“Já há jurisprudência nessa matéria, porque há câmaras que já seguiram esse caminho. A primeira de todas foi Alenquer, e com resultados muito positivos. Não é nenhuma impossibilidade, antes pelo contrário, são os munícipes que vão ficar a ganhar”, vincou o candidato do Bloco de Esquerda.
Na lista de propostas para o município de Vila do Conde, António Louro Miguel mostrou particular atenção à política da habitação social, algo que diz ter sido “completamente descurado” pelos executivos liderados pela atual presidente da Câmara, Elisa Ferraz.
“Temos centenas de famílias carenciadas no concelho, e nos escassos concursos que foram feitos ao longo dos mandatos, constatou-se que há uma grande procura, mas uma reduzida oferta. Mesmo assim, a Câmara nada fez. Começaram agora, em tempo de eleições, umas obras do bairro do Farol para disfarçar”, disse o candidato bloquista.
Também como crítica aos executivos da Câmara Municipal de Vila do Conde foi apontada a não execução de um novo PDM [Plano Diretor Municipal], situação que António Louro Miguel classifica de “inexplicável”, dado que o plano que está em vigor tem mais de 25 anos.
“Somos o único caso do país que ainda tem a primeira geração do PDM, que data de 1995. Nunca foi revisto, num processo que tem sido sucessivamente adiado. Vários municípios já estão a preparar uma quarta geração do PDM, mas inexplicavelmente isso não acontece em Vila do Conde, dando lugar a arbitrariedades e falta de ordenamento”, analisou.
O candidato do BE prometeu, ainda, um foco nas questões do ambiente, nomeadamente na situação da Reserva Ornitológica de Mindelo e na adaptação às alterações climáticas, mas também frisou a coesão territorial, criticando as assimetrias entre as freguesias e a sede do concelho.
“Há uma grande diferença entre o desenvolvimento das freguesias do litoral e do interior, e sobretudo entre todas elas com a de Vila do Conde. Não acho que haja uma grande coordenação entre a Câmara e as Juntas de Freguesia. As respostas às solicitações demoram sempre muito”, analisou António Louro Miguel.
O cabeça de lista do Bloco de Esquerda sublinhou, ainda, a necessidade de alavancar o setor cultural do concelho, defendendo uma maior ligação da Câmara aos agentes culturais locais.
“Tem de haver mais articulação. Os coletivos sedeados em Vila do Conde queixam-se da falta de apoios. É tudo um pouco casuístico. Faz falta um verdadeiro programa cultural, com coordenação, que poderia até ser articulado com o concelho vizinho da Póvoa de Varzim, para ganhar em termos de escala de qualidade e de público”, concluiu António Louro Miguel.
Além da candidatura do Bloco de Esquerda, liderada por António Louro Miguel, também Artur Bonfim, pelo CDS-PP, Luís Vilela, do Chega, Hugo Rei Amorim, pela CDU, João Paulo Alves, pelo PAN, Vítor Costa, do PS, Pedro Soares, pelo PSD, e a atual presidente de Câmara, Elisa Ferraz, pelo movimento independente NAU, se apresentaram como candidatos à Câmara de Vila do Conde.