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Segunda dose da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19 poderá vir a ser uma de qualquer marca

12 Abril 2021
Segunda dose da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19 poderá vir a ser uma de qualquer marca
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A Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19 da Direção-Geral da Saúde (DGS) admite que, abaixo dos 60 anos, quem recebeu a primeira dose da vacina AstraZeneca poderá receber a segunda dose de qualquer outra marca, noticia a TSF.
Citando declarações de um dos membros da comissão técnica, Luís Graça, a rádio TSF explica que esta é uma hipótese que ainda está em estudo e que a DGS ainda aguarda estudos para que seja tomada uma decisão.
“Todas as vacinas usam a mesma proteína, pelo que do ponto de vista da imunologia, à partida, será equivalente a resposta imunitária induzida com uma vacina de uma marca diferente”, explica Luís Graça.
Na semana passada, a DGS passou a recomendar que esta vacina fosse administrada apenas a pessoas acima dos 60 anos. Segundo a TSF, cerca de 200 mil portugueses, de várias idades, já foram vacinados com a primeira dose desta vacina.
Segundo explica Luís Graça, uma vez que o intervalo entre as doses da vacina da AstraZeneca é de 12 semanas, as autoridades têm até maio para ver o que se está a passar nos outros países, quais são as alternativas e aguardar por mais dados, sobretudo pelo trabalho que está a ser feito pela Universidade de Oxford para estudar a eficácia da vacina e a segurança de fazer uma segunda dose de marca diferente.
O investigador diz ainda que quando chegar a altura em que Portugal tem de começar a dar a segunda dose, em maio, as autoridades estarão mais seguras da “estratégia mais segura e eficaz”.
“Do ponto de vista do sistema imunitário, na segunda dose, aquilo que se pretende é expor o nosso organismo às proteínas do vírus que estavam na primeira dose e todas as vacinas usam a mesma proteína – a proteína spike -, pelo que do ponto de vista da imunologia, à partida, será equivalente a resposta imunitária induzida com uma vacina de uma marca diferente”, refere o especialista do Instituto de Medicina Molecular (IMM).
De qualquer forma, Luís Graça refere que, como até agora os estudos não avaliaram esta solução, é mais seguro ter resultados que confirmem que tudo se comporta como se prevê e que a resposta da segunda dose é igualmente robusta.
Adianta ainda que noutros países já se optou por dar uma segunda dose de outra marca, independente dos estudos que as autoridades portuguesas aguardam.
“Isto é uma mensagem de segurança também para estas pessoas de que não se está a tomar uma medida precipitada com base em dados incompletos, esperando algum tempo por dados mais robustos”, acrescenta.
O jornal Público noticiou no domingo que Portugal vai receber na quarta feira um primeiro lote de 30 mil vacinas da Janssen, do grupo Johnson & Johnson, contra a Covid-19, acrescentando que com a chegada destes fármacos de dose única, o país fica com 1,9 milhões de doses disponíveis para administrar durante o mês de abril.
Segundo os dados divulgados na semana passada, perto de 580 mil pessoas têm a vacinação completa contra a Covid-19, o que representa 6% da população, das quais cerca de 300 mil idosos com 80 ou mais anos.
Segundo o relatório semanal da Direção-Geral da Saúde (DGS), 579.069 portugueses já receberam as duas doses da vacina contra o SARS-CoV-2.
O relatório, com dados até dia 4 de abril, indicava que tinham sido vacinadas com a primeira dose 1.334.338 pessoas (13% da população).
Já no final da semana, a ‘task-force’ do plano de vacinação revelou que Portugal tinha alcançado a marca de dois milhões de vacinas contra a Covid-19 administradas à população desde o dia 27 de dezembro de 2020.