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Fábrica Imperial de Vila do Conde vendida por fundo Vallis à firma espanhola Chocolates Valor

24 Março 2021
Fábrica Imperial de Vila do Conde vendida por fundo Vallis à firma espanhola Chocolates Valor
Economia
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A Imperial, a maior empresa portuguesa produtora de chocolates, detentora de marcas como Bom-Bokas, Jubileu, Regina, Pintarolas, Pantagruel, Allegro e Doctor Gummy, entre outras, foi vendida pelo fundo Vallis Capital Partners à companhia espanhola Chocolates Valor, que junta agora a fábrica de Azurara, Vila do Conde, às unidades fabris que tem em Villajoyosa, Alicante, e Ateca, Saragoça, ambas em Espanha.
“O Fundo Vallis Sustainable Investments I informa que acordou com a Chocolates Valor a alienação de 100% do capital da Imperial – Produtos Alimentares, SA”, revela o fundo de gestão de capitais privados Vallis Capital Partners, esta quarta feira, 24 de março, em comunicado enviado às redações.
Com um volume de negócios a rondar os 33 milhões de euros, a Imperial, com cerca de duzentos funcionários, gera perto de um quarto do total das suas vendas através da exportação para 45 países.
Fundada em 1932 no centro de Vila do Conde, a Imperial foi adquirida pelo fundo Vallis Capital Partners ao grupo RAR, no verão de 2015, tendo levado a cabo “um ambicioso plano de reforço da sua capacidade industrial, que representou um investimento superior a 16 milhões de euros em cinco anos”, realçou a Vallis Capital Partners.
“É com satisfação que, com esta transação, a Imperial vê reconhecido o seu percurso ao longo dos últimos cinco anos, nos quais consolidou o prestígio e notoriedade das suas marcas, ao mesmo tempo que investiu na modernização das suas instalações industriais. Além disso, afirmou a sua convicção de que a Chocolates Valor, pela sua solidez e reputação no setor será o acionista certo para continuar [a] potenciar o crescimento da Imperial”, afirmou Eduardo Rocha, CEO da Vallis Capital Partners.
Com esta alienação, “o Fundo Vallis Sustainable Investments I prossegue com sucesso o seu ciclo de desinvestimento e geração de liquidez para os seus subscritores, apesar do atual contexto global de incerteza e recessão”, finalizou o fundo de gestão de capitais privados Vallis Capital Partners.
Com esta operação, a espanhola Chocolates Valor concretiza a sua primeira operação de aquisição internacional e reforça a posição no setor ibérico do chocolate.
“A aquisição da Imperial é um momento importante para nós, é a concretização de um sonho. Tratou-se de uma decisão cuidada e que resultou do facto de termos encontrado uma empresa com a qual nos identificamos e que nos complementa. O nosso roadmap integra o crescimento orgânico e inorgânico, e, nesse sentido, analisamos inúmeras propostas para encontrar o parceiro de viagem perfeito”, afirmou Pedro López, presidente executivo da Chocolates Valor, citado em comunicado de imprensa.
“A Imperial enquadra de forma perfeita todos os requisitos que procurávamos: é uma empresa especialista em chocolate, muito querida e enraizada em Portugal, com marcas de qualidade e tradição, com sabores únicos, com uma sólida estrutura de fabrico, uma boa abordagem ao mercado e com um portefólio complementar ao da Chocolates Valor”, acrescentou o presidente executivo da empresa espanhola.
“O nosso objetivo é estimular o desenvolvimento dos negócios de ambas as empresas, dentro e fora das suas fronteiras naturais, fortalecendo e valorizando as suas marcas e história, com grande capacidade de adaptação às culturas e hábitos dos distintos consumidores, e maximizando as sinergias de ambas as empresas especializadas”, terminou Pedro López, da Chocolates Valor.
O valor da transação não foi divulgado e a operação aguarda ainda autorização da Autoridade da Concorrência.
Sediada em Villajoyosa, Alicante, a centenária Chocolates Valor, que exporta os seus produtos para mais de 60 países, fechou o exercício de 2020 com uma faturação de 138 milhões de euros.