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PCP e denúncia anónima relatam despedimentos, ilegalidades e precariedade na empresa A Poveira

11 Fevereiro 2021
PCP e denúncia anónima relatam despedimentos, ilegalidades e precariedade na empresa A Poveira
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“A empresa de conservas A Poveira, desde a época de Natal até agora, tem vindo a despedir largas dezenas de trabalhadores, na sua maioria mulheres que, numa situação de precariedade brutal, são despedidas, contratadas, despedidas novamente e chamadas outra vez, como se de uma Praça de Jorna se tratasse, recorrendo a Empresas de Trabalho Temporário”, tornou público, em comunicado, esta terça feira, a Comissão Política Concelhia da Póvoa de Varzim do Partido Comunista Português (PCP).
“Sabe o PCP, também, que a empresa deve dezenas de horas às trabalhadoras, aquando da aplicação do Banco de Horas. Durante meses, estas mulheres disponibilizaram-se a fazer horas extraordinárias e, agora, vêem-lhes negados o pagamento destas”, adiantam no mesmo comunicado os comunistas poveiros.
“O PCP considera esta uma situação inaceitável quando é conhecido que esta empresa aumentou a produção no ano de 2020 e tem em construção uma nova unidade de produção”, pode ler-se no comunicado do Partido Comunista Português (PCP) da Póvoa de Varzim.
O PCP da Póvoa de Varzim considera que “a empresa precisa destas trabalhadoras e é inaceitável que os vínculos destas mulheres sejam com empresas de trabalho temporário em vez de serem efectivos e com a própria empresa”.
“A Comissão Concelhia do PCP está solidária com as trabalhadoras d’A Poveira e apela à sua luta organizada, que se sindicalizem no seu sindicato de classe, o STIANOR/CGTP, e exijam a sua vinculação com a empresa”, dizem os comunistas da Póvoa de Varzim.
O Renovação recebeu uma denúncia anónima que, após investigação, relata também que “A Poveira Conservas de Peixe, em Laúndos no concelho da Póvoa de Varzim, se encontra a despedir trabalhadores”.
“Durante o mês de dezembro de 2020 e em janeiro [de 2021], a empresa A Poveira mandou cerca de uma centena de trabalhadores para o desemprego. E estima-se que vá despedir mais trabalhadores. Todos os trabalhadores são de empresas de trabalho temporário. A empresa não dá grandes justificações aos trabalhadores afetados, dizendo apenas que é uma estratégia da empresa. Nem garante a possibilidade de os voltar a chamar”, diz a mesma fonte que prefere continuar a manter o anonimato.
Contactada a empresa, ‘A Poveira’ refutou todas as acusações, referindo “afirmações falsas e graves”, nomeadamente na questão dos despedimentos.
“Não existiu qualquer processo ilegal. Os trabalhadores que o PCP referiu terem saído da empresa foram contratados num regime de trabalho temporário. No final do contrato de 24 meses foram informados, dentro do prazo legal, que o vínculo iria terminar”, explicou Sofia Brandão, responsável pela Comunicação da empresa ‘A Poveira’.
Segundo a representante da empresa, o recurso ao trabalho temporário “acontece em momentos pontuais, quando é necessário um aumento abrupto da produção”.
Segundo a mesma, atualmente, “os picos de produção não existem e, por isso, não há necessidade de recorrer a esses trabalhadores”.
Quanto à denúncia do PCP sobre a falta de pagamento de horas extraordinárias aos trabalhadores, Sofia Brandão disse ser mentira, garantindo que a empresa “não deve um cêntimo a qualquer trabalhador”.