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Ambientalistas e Investigadores fitam fecho da Galp de Matosinhos com “otimismo desconfiado”

17 Fevereiro 2021
Ambientalistas e Investigadores fitam fecho da Galp de Matosinhos com “otimismo desconfiado”
Política
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Ambientalistas e investigadores de associações nacionais e locais encaram o encerramento da Petrogal em Matosinhos com um “otimismo desconfiado” sobre qual o futuro dos terrenos usados pela Galp durante várias décadas e pedem respostas que não abandonem os trabalhadores.
“Ainda há alguns negacionistas das alterações climáticas, mas na generalidade o que se pretende é a substituição dos combustíveis fósseis por energias renováveis. Esse passo é positivo”, disse Pedro Santos que coordenada o Grupo de Trabalho sobre a Exploração de Recursos Minerais da Quercus.
O coordenador conta que a Quercus já debateu internamente o anúncio que a Galp fez em dezembro, mas ainda não tomou uma posição pública porque “antes importa perceber quais os passos seguintes”, uma indefinição que também justifica o “otimismo desconfiado” do presidente da Associação Década Reversível (ADERE), uma associação ambientalista com sede em Matosinhos, Humberto Silva, ou de dirigentes associativos da Associação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade (FAPAS) e da Campo Aberto, cuja principal intervenção tem ocorrido no Grande Porto.
“Temos de avaliar se o fecho desta refinaria se irá refletir num impacto maior noutro lado porque se a transição do impacto é de Matosinhos para Sines, Matosinhos fica a ganhar, mas Portugal perde ambientalmente”, disse Humberto Silva.
O presidente da ADERE considera que “cabe a todos dar mais explicações”, a começar pela empresa, passando pela tutela e pelas autoridades locais porque, diz, “rumores não chegam”.
Entre os tais “rumores” a que se refere o dirigente, está a reconversão da Petrogal numa refinaria de lítio, cenário abordado sempre através de frases que contém palavras como “eventualmente” ou “talvez” até porque a 29 de dezembro José Carlos Silva, responsável pela Galp participou numa reunião pública do executivo de Matosinhos e garantiu: “não há nenhum projeto de refinação de lítio para Matosinhos”.
No entanto, a 8 de janeiro, o Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, que já antes tinha manifestado que a refinaria de Matosinhos venha a fazer parte do plano de transição energética que Portugal está a traçar, disse, no final de uma reunião com estruturas sindicais dos trabalhadores, “querer muito que no Portugal venha a ter uma refinaria de lítio, havendo já muitos municípios dispostos a acolhê-la”.