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Promotores de Espetáculos dizem que novo confinamento geral é agravar de uma tragédia

17 Janeiro 2021
Promotores de Espetáculos dizem que novo confinamento geral é agravar de uma tragédia
Cultura
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O encerramento de equipamentos culturais devido ao novo confinamento é o agravar de uma tragédia, disse o promotor Álvaro Covões, da Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos (APEFE).
“Trabalhamos num setor que não funciona em ‘take-away’, teletrabalho ou ‘delivery’”, disse Álvaro Covões, sublinhando que o setor da cultura necessita de “uma bazuca” de apoios.
“Estamos a reunir números, porque as vendas de faturação de dezembro fecharam há dois dias, mas tudo indica que a nossa quebra em 2020 foi de 80%”, frisou Álvaro Covões.
“Apesar de se pensar que o setor cultural podia trabalhar, a verdade é que, desde junho, os equipamentos culturais estão limitados a lotações de 50%”, acrescentou Álvaro Covões.
“Estamos a viver uma coisa sem precedentes no nosso setor”, concluiu Álvaro Covões, sublinhando que a direção da APEFE só se irá reunir mais tarde para discutir as novas propostas do Governo.
Os espetáculos começaram a ser adiados ou cancelados em março, ainda antes de decretado o encerramento das salas.
Segundo números da APEFE, só entre meados de março e final de abril, foram cancelados, suspensos ou adiados cerca de 27 mil espetáculos.
No dia 1 de junho, as salas foram autorizadas a reabrir, com lugares marcados e o cumprimento de regras de distanciamento físico, embora no final de maio ficasse proibida a realização de “festivais e espetáculos de natureza análoga”, até ao passado dia 31 de dezembro.
O verão decorreu sem os festivais de música, com a Associação Portuguesa de Festivais de Música (Aporfest) a estimar uma perda de cerca de 1,6 mil milhões de euros, contra os dois mil milhões originados em 2019.
A APEFE, por seu lado, ainda antes de apurados os números do quarto trimestre de 2020, atestava que o mercado dos espetáculos registara uma quebra de 87%, entre janeiro e outubro, face a 2019, admitindo que a quebra poderia chegar aos 90%, no final do ano.
Os números concordavam com os de duas plataformas de venda de bilhetes para espetáculos, em Portugal, a Ticket Line e a Blue Ticket, que disseram terem registado quebras superiores a 80%, nas suas operações, e uma perda de faturação entre 78% e 90%, nos meses marcados pela pandemia.
As associações e promotoras de espetáculos tinham prevista, para meio da semana, uma reunião com o Governo, adiada para nova data, com o objetivo de apresentarem propostas que venham a tornar viável a realização de festivais e eventos de música, em contexto de Covid-19.
Em 2020, a paralisação da Cultura começou na segunda semana de março, depressa se estendeu a todas as áreas e, no final de 2020, entre “plano de desconfinamento” e em Estado de Emergência, o setor somava perdas superiores a 70% em relação a 2019.
Na semana passada, várias estruturas da Cultura portuguesas anunciaram a marcação de um protesto nacional para dia 30, de alerta para o que consideram a falta de respostas do Governo de Portugal perante “as consequências devastadoras da pandemia” de Covid-19.