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Rui Rio desafia Governo a atuar sobre evolução “dramática” da taxa de mortalidade em Portugal

7 Outubro 2020
Rui Rio desafia Governo a atuar sobre evolução “dramática” da taxa de mortalidade em Portugal
Política
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O presidente do PSD desafiou esta quarta feira o Governo a atuar sobre a evolução “absolutamente dramática” da taxa de mortalidade em Portugal, com o primeiro-ministro a responder com um estudo preliminar que a liga ao aumento das ondas de calor.
Na primeira intervenção no novo modelo de debates com o Governo, Rui Rio disse querer trazer um tema que considera “o mais importante que poderia trazer” e apontou números que considerou provarem que “o PS e o Governo concentraram o Serviço Nacional de Saúde (SNS) nos esforços de combate à pandemia”.
“O que acontece é que a taxa de mortalidade em Portugal tem evoluído de forma absolutamente dramática”, afirmou, concretizando que entre 2 de março e 20 de setembro morreram 64.100 pessoas, “mais 7.100 óbitos do que foi a média dos últimos cinco anos”, um aumento de 12,5%, e destes só 1.920 eram atribuíveis à Covid-19.
“Posso facultar um estudo preliminar sobre o excesso da mortalidade de janeiro a junho, onde se refere, em particular, a incidência da elevada temperatura e das ondas de calor como podendo haver uma correlação”, começou por responder António Costa.
O presidente do PSD enumerou depois vários números sobre a quebra assistencial no SNS, quer nas urgências, quer nas consultas, quer nos exames.
“Fora do hospital, as mortes foram mais 27% do que o normal. O problema está na falta de assistência”, apontou Rui Rio.
No entanto, o primeiro-ministro voltou a invocar o mesmo estudo preliminar para negar esta conclusão do presidente do PSD.
“O estudo concluiu que não há uma correlação entre a quebra da atividade e o aumento do número de óbitos registado neste período”, disse, embora reconhecendo que, com a pandemia de Covid-19, houve uma “quebra muito significativa” na atividade assistencial na saúde.
Questionado por Rio quando cumprirá o Governo a promessa de todos os portugueses terem médico de família, António Costa admitiu que o executivo ainda não alcançou esse objetivo, mas adiantou que no próximo dia 10 mais 435 médicos de saúde familiar passarão a integrar o SNS.