A Câmara de Matosinhos vai propor ao Governo que decrete o dever de permanência no domicílio, exceto em circulações autorizadas, e que implemente, até 15 de novembro, o ensino à distância para 3.º ciclo, secundário, ensino profissional e universitário.
Em conferência de imprensa, a presidente da Câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro, afirmou hoje ser “essencial” que o Governo adote “medidas supramunicipais” na Área Metropolitana do Porto (AMP).
“Importa que haja orientações nacionais (…). O risco que corremos é no Natal estarmos em confinamento e interessa agora tomar medidas. Que se tracem medidas agora, para não se terem de tomar medidas mais sérias no futuro”, defendeu a autarca socialista.
Nesse sentido, a Comissão Municipal da Proteção Civil (CMPC) vai propor ao Governo que decrete o dever de permanência nos domicílios, à exceção das circulações autorizadas, nomeadamente para atividades profissionais, saúde, aquisição de bens essenciais, fruição ao ar livre, assistência a pessoas vulneráveis e frequência de estabelecimentos escolares.
“Queremos uma atuação do Governo e fico satisfeita que já tenha sido convocado um Concelho Ministros extraordinário para sábado”, destacou Luísa Salgueiro.
A autarca salientou ainda que, neste momento, 130 turmas do concelho estão em quarentena e que “o maior número de situações de confinamento resulta de casos no meio escolar”.
Por essa razão, a Comissão Municipal da Proteção Civil (CMPC) vai também propor ao Governo que seja implementado, até 15 de novembro, o ensino à distância para os alunos do 3.º ciclo, ensino secundário, profissional e universitário.
Segundo Luísa Salgueiro, face à idade destes estudantes, o ensino à distância não condicionará os agregados familiares, pelo que a intenção é que a medida seja “transitória” e reavaliada consoante a evolução da situação epidemiológica.
Paralelamente, a Comissão Municipal da Proteção Civil (CMPC) vai também propor a partilha da localização georreferenciada dos casos de infeção e das suas quarentenas com os serviços municipais de Proteção Civil, bem como os locais de deteção de surtos.
Além destas medidas, pretende-se ainda a criação de um dispositivo de reforço da capacidade operacional dos corpos de bombeiros para dar resposta à Covid-19.
“Se não estancarmos já a situação, ela vai piorar mais à frente”, considerou Luísa Salgueiro, afirmando, em resposta aos jornalistas, estar a dialogar com os presidentes da Câmara de Vila Nova de Gaia e do Porto, bem como com o presidente da Comissão Distrital da Proteção Civil do Porto, autarca de Gondomar, Marco Martins.