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Associação alerta para eventual construção em zona protegida de Labruge em Vila do Conde

21 Outubro 2020
Associação alerta para eventual construção em zona protegida de Labruge em Vila do Conde
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A Associação ambientalista Década Reversível (ADERE) disse esta terça feira estar a “acompanhar com muita atenção” a eventual construção de um hotel numa zona de Reserva Ecológica Nacional [REN] em Labruge, freguesia de Vila do Conde.
Em causa está um terreno em frente ao mar inserido em “zona ameaçada pelo mar” e em “dunas litorais”, onde, segundo a associação, tem havido algumas movimentações que indiciam uma possível empreitada, algo “inaceitável, desprovido de qualquer enquadramento legal” e que coloca “em causa a preservação dos ecossistemas litorais”.
“Chegou-nos o alerta de um cidadão e fomos ao local e verificamos que além de uma placa, que pode ser apenas publicidade, existe uma movimentação de material, nomeadamente um aglomerado de pedras”, disse Humberto Silva, presidente da ADERE.
De acordo com o ambientalista, foi feito um pedido de esclarecimento sobre o tema à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), tendo esta informado não ter na sua base de dados “qualquer registo para licenciamento de um hotel ou outra edificação no terreno”.
Nessa mesma resposta da CCDR-N, transcrita na página da ADERE nas redes sociais, é dito que a “eventual proposta de ocupação de área desta Reserva para este fim não possui qualquer enquadramento no respetivo regime jurídico da REN” e que, por isso, terá “parecer desfavorável”.
“Caso seja feita qualquer pedido de consulta, por parte da Câmara de Vila do Conde, de acordo com o exposto no ponto 2 do artigo 39.º do regulamento do PDM [Plano Diretor Municipal], dada a sensibilidade da área (…) esta CCDR irá certamente emitir parecer desfavorável”, refere a CCDR-N.
A CCDR-N observa que o terreno se encontra “integralmente na proposta da REN (carta de trabalho), sendo parcialmente em zonas ameaçadas pelo mar e na globalidade em dunas litorais”.
A ADERE voltou agora a questionar a CCDR-N, a Agência Portuguesa do Ambiente e a Câmara Municipal de Vila do Conde.
A Câmara Municipal de Vila do Conde esclareceu que para o local, há cerca de uma década, chegou a estar “aprovada a construção de um hotel, a qual, então, mereceu parecer favorável de todas as entidades que, em razão da localização, se deviam pronunciar sobre essa pretensão”.
A autarquia acrescentou que o processo, entretanto, caducou e não foi renovado.
“Na falta de impulso do requerente em obter a correspondente licença, foi declarada a caducidade expressa desse procedimento, pelo que, à data, não existe qualquer operação urbanística aprovada para o terreno”, esclareceu a Câmara de Vila do Conde.