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BE quer “medidas urgentes” de apoio a ex-trabalhadores de têxtil Azincon de Vila do Conde

9 Setembro 2020
BE quer “medidas urgentes” de apoio a ex-trabalhadores de têxtil Azincon de Vila do Conde
Economia
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O Bloco de Esquerda instou o Governo a tomar “medidas urgentes” para apoiar os 133 trabalhadores despedidos de uma empresa têxtil de Vila do Conde, que entrou em processo de insolvência.
O grupo parlamentar dos bloquistas, através do deputado José Soeiro, questionou o Ministério do Trabalho, Solidariedade e da Segurança Social sobre o encerramento da unidade fabril, e vincou a necessidade dos funcionários terem “rapidamente acesso ao subsídio de desemprego ou outras medidas de proteção social”.
Nas questões endereçadas à tutela, o Bloco de Esquerda quis saber, também, se o Governo “está a acompanhar a situação e está disponível para analisar com a empresa, no quadro dos apoios extraordinários concedidos no contexto da pandemia, uma solução que permita a viabilização da empresa e a manutenção dos postos de trabalho”.
A empresa têxtil Azincon, de Vila do Conde, que em agosto entrou em processo de insolvência, foi agora selada por ordem judicial, de modo a garantir a integridade do recheio, informou uma representante dos trabalhadores.
A medida vai permitir ao administrador de insolvência nomeado encetar as diligências para salvaguardar o património, nomeadamente as máquinas de trabalho, e aferir as condições que conduziram à falência da empresa.
O administrador teve a colaboração de funcionárias para catalogar as máquinas, tendo, também, permitido que as trabalhadoras resgatassem alguns dos seus objetos pessoais, que ainda se encontravam dentro das instalações fabris.
“Estiveram três funcionárias a dar informações sobre as máquinas para o administrador de insolvência. Não podemos afirmar que falta equipamento, mas também não podemos dizer que estão lá todos. A informação que nos deram é que a empresa será hoje lacrada”, explicou Carina Ferreira, porta-voz dos trabalhadores.
A representante considera que está em causa uma “insolvência danosa”, não acreditando nas informações que dão conta que a proprietária tenha vendido as máquinas da empresa a um dos filhos, antes do processo de insolvência.
“O inventário da fábrica é muito importante, pois sem o que está lá dentro não será possível pagar o que as trabalhadoras têm direito depois de tantos anos de trabalho”, disse Carina Ferreira.
A funcionária espera que o “tribunal faça justiça”, considerando que “não se podem repetir situações como esta em que mais de 130 trabalhadores vão para o desemprego”.