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Empresário Mário Assis Ferreira evoca caráter visionário de magnata macaense Stanley Ho

27 Maio 2020
Empresário Mário Assis Ferreira evoca caráter visionário de magnata macaense Stanley Ho
Economia
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O presidente não executivo da Estoril Sol, Mário Assis Ferreira, lamentou a morte do empresário macaense Stanley Ho, com quem trabalhou durante 30 anos, elogiando o caráter humanista e visionário daquele que considerava “um mestre”.
“É uma perda. Deixa em todos nós, aqui em Portugal, China, em Hong Kong e Macau, a perfeita noção de sua excecional personalidade. O caráter ímpar do seu espírito visionário e a dimensão do seu vulto empresarial”, disse Mário Assis Ferreira.
O empresário português assinalou também a “afabilidade e o sentimento humanista” do magnata do jogo macaense, que morreu ontem aos 98 anos, em Hong Kong.
“Trabalhei com ele durante 30 anos e aprendi a conhecer mais do que um líder, alguém que foi um mestre para mim, mas sobretudo alguém que foi como que um pai que me ensinou a dar os principais passos na minha vida empresarial à frente da Estoril Sol”, afirmou.
Mário Assis Ferreira lamentou ainda o facto de, devido às restrições impostas pela pandemia de Covid-19, não poder marcar presença nas cerimónias fúnebres de Stanley Ho.
“Tenho de compensar, neste momento, uma promessa que tinha feito a mim próprio […] que era que, quer eu estivesse, quer não estivesse na Estoril Sol, no próprio dia em que ele partisse, estaria a meter-me num avião para estar ao seu lado em Hong-Kong a prestar-lhe uma última homenagem”, adiantou.
“Quis o destino que esta situação de confinamento, a quarentena em Hong Kong e Macau e as circunstâncias desta pandemia me tenham impedido de estar fisicamente nessa homenagem. Mas é uma homenagem que lhe presto em espírito”, acrescentou.
A sociedade Estoril Sol detém o Casino Estoril, no município de Cascais, o Casino Lisboa, no Parque das Nações, e o Casino da Póvoa, na Póvoa de Varzim.
O magnata do jogo de Macau Stanley Ho morreu esta terça feira, aos 98 anos, no Hong Kong Sanatorium Hospital, de acordo com a televisão estatal chinesa.
Figura incontornável no antigo território administrado por Portugal, e um dos homens mais ricos da Ásia há décadas, a fortuna pessoal de Ho foi estimada em 6,4 mil milhões de dólares (5,9 mil milhões de euros), quando se reformou em 2018, apenas alguns meses antes do 97.º aniversário, referiu o jornal South China Morning Post, de Hong Kong, cidade onde vivia.
Exemplo acabado de um ‘self-made man’, Stanley Ho fica para a história como o magnata dos casinos de Macau, terra que abraçou como sua e cujo desenvolvimento surge ligado ao império do jogo que construiu.
Nascido em 25 de novembro de 1921, em Hong Kong, Stanley Ho fugiu à ocupação japonesa para se radicar na então portuguesa Macau, onde fez fortuna ao lado da mulher macaense, oriunda de uma das mais influentes famílias da altura.
Nos anos de 1960, conquista com a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM), o monopólio de exploração do jogo, que manteve por mais 40 anos, até à liberalização, que trouxe a concorrência dos norte-americanos.
Stanley Ho marcou a transformação e modernização do território, com a dragagem dos canais de navegação – imposta pelo contrato de concessão de jogos -, à construção do Centro Cultural de Macau, do Aeroporto Internacional ou à constituição da companhia aérea Air Macau.