Última hora

DGS avisa que limpar grandes superfícies com desinfetante não é eficaz contra a Covid-19

18 Maio 2020
DGS avisa que limpar grandes superfícies com desinfetante não é eficaz contra a Covid-19
País
0

A utilização de produtos específicos para eliminar o vírus de grandes superfícies, como ruas, não é recomendada porque não é eficaz e tem efeitos negativos na saúde das pessoas e ambiente, disse ontem a diretora-geral da Saúde.
“Não está provado que seja eficaz utilizar desinfetantes em grandes superfícies, como ruas, mas pelo contrário não terá grande eficácia sob o vírus. Aliás, numa grande superfície, como estradas, ruas ou passeios, a probabilidade de lá existir este tipo de vírus é pequena, dado o tipo de transmissão que, teria, de passar de uma pessoa infetada para o solo”, afirmou Graça Freitas, na conferência de imprensa relativa à pandemia da Covid-19.
“E, como alguns produtos que são utilizados podem ter efeitos negativos não só no ambiente, mas na saúde das pessoas, a Direção-Geral da Saúde (DGS) não recomenda a sua utilização”, vincou Graça Freitas.
Contudo, algo diferente, frisou, são as medidas de limpezas habituais das Câmaras com os métodos habituais.
“Contra a higienização da via pública não temos nada contra”, realçou Graça Freitas.
Além disso, Graça Freitas explicou que a desinfeção de superfícies, como mesas, armários ou equipamentos, onde o vírus possa existir em grandes quantidades é indicada e não tem efeitos contra-indicados.
Pulverizar ou fumigar desinfetante nas ruas, como alguns países estão a fazer para combater a pandemia de Covid-19, não elimina o vírus e coloca riscos sanitários, advertiu a Organização Mundial de Saúde (OMS), no sábado.
“A pulverização ou fumigação de espaços exteriores, como ruas ou mercados, não é recomendada para destruir o novo coronavírus ou outros agentes patogénicos porque é inativada pela sujidade”, explica a Organização Mundial de Saúde (OMS) num documento sobre a limpeza e desinfeção das superfícies no quadro do combate à pandemia.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) acrescenta que “mesmo em caso de ausência de matérias orgânicas, é pouco provável que a pulverização química cubra corretamente todas as superfícies durante o tempo de contacto necessário para inativar os agentes patogénicos”.