Última hora

Misericórdia da Póvoa de Varzim acusada de “irregularidades” em tempos de pandemia

24 Março 2020
Misericórdia da Póvoa de Varzim acusada de “irregularidades” em tempos de pandemia
Local
0

O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio denunciou esta segunda feira “irregularidades” praticadas nas Misericórdias de Freixo de Espada à Cinta, Mirandela e Chaves, em Trás-os-Montes, e também na da Póvoa de Varzim, no distrito do Porto.
As denúncias partiram da coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), Marisa Ribeiro, que, numa conferência de imprensa no Porto, e destacando como maior preocupação do sindicato o “setor social”, disse existirem “misericórdias que não fizeram planos de contingência em relação ao uso de material de segurança individual, como luvas ou de álcool e onde os colaboradores trabalham 12 horas seguidas”.
E especificou: “temos o caso da Santa Casa de Freixo de Espada à Cinta, em que as funcionárias trabalham 12 horas seguidas, com duas pausas de meia hora. Na Santa Casa de Mirandela os funcionários trabalham sete dias consecutivos e ficam a dormir no chão do ginásio e na área social de Vidago da Santa Casa de Chaves, os trabalhadores estão oito dias consecutivos a trabalhar sem folgas”.
Marisa Ribeiro referiu ainda a Santa Casa da Póvoa de Varzim onde disse que “o álcool é racionado para as funcionárias e onde há máscaras feitas a partir de batas”.
O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Mirandela, Adérito Gomes, disse haver “funcionárias a fazer turnos não de sete, mas de 15 dias seguidos, de forma livre e voluntária, para acautelar a vida dos cerca de 90 idosos no lar onde o novo regime de trabalho está em vigor”.
O responsável disse ainda que as funcionárias “não estão a dormir num pavilhão, nem no chão, mas em camaratas dentro do lar para não saírem e correrem o risco de ser contaminadas e contaminarem os idosos” e que tal “foi-lhes pedido, não foi imposto”.
Da Santa Casa da Misericórdia de Chaves, o provedor Jorge Pinto de Almeida explicou que no Lar de Vidago “há mais de 10 dias” que foram implementadas “algumas regras e alguns cuidados”.
Fizemos um plano de contingência em cada equipamento. Como sabíamos que íamos entrar neste período, garantido o funcionamento e segurança, cada diretora técnica teve a sua liberdade com os trabalhadores de escolher o melhor para cada equipamento. Ninguém impôs nada. Os dias que trabalham, descansam imediatamente a seguir os mesmos dias”, assinalou.
Apesar de várias tentativas não foi possível ouvir, até ao momento, nenhum dos responsáveis da Santa Casa da Misericórdia de Freixo de Espada à Cinta nem da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Varzim.