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Comissão de Proteção Civil proíbe realização de mercado de gado na Póvoa de Varzim

31 Março 2020
Comissão de Proteção Civil proíbe realização de mercado de gado na Póvoa de Varzim
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A Comissão Distrital de Proteção Civil (CDPC) do Porto decidiu proibir o mercado de gado promovido pela Leicar, Associação de Produtores de Leite e Carne, agendado para segunda feira na Póvoa de Varzim, ao qual a autarquia local se opunha.
“Perante o pedido da câmara para não se realizar um evento porque viola a legislação [no quadro de Estado de Emergência que vive o distrito e o país], evento que a realizar-se ia juntar mais de 300 pessoas no mesmo espaço, e perante um parecer desfavorável do delegado de saúde, não havia outra alternativa que não impedi-lo”, disse o presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil do Porto (CDPC), Marco Martins.
Já num e-mail enviado pela Comissão Distrital de Proteção Civil (CDPC) do Porto ao Comandante Operacional Distrital de Socorro (CODIS), lê-se que esta decisão foi tomada depois de contactos efetuados com a ministra da Agricultura, tendo esta garantido, lê-se no texto, que “a não realização do leilão ‘mercado Leicar’ não impediria o normal funcionamento da cadeia alimentar e dos respetivos canais de distribuição”.
A Comissão Distrital de Proteção Civil (CDPC) do Porto refere que, além do pedido da autarquia poveira e do parecer negativo da autoridade de saúde local, tomou esta decisão devido “à falta do título de utilização daquele espaço para aquele fim” e devido à “não apresentação de um plano de contingência para a atividade”.
Em causa está um evento conhecido como mercado de gado de Rates, suspenso desde o dia 14 deste mês devido à pandemia de Covid-19, mas que a promotora Leicar pretendia retomar esta segunda feira.
Em comunicado, a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim manifestou-se contra a realização da iniciativa, considerando que se realizaria “contra todas as recomendações e parecer da autoridade local de saúde pública”.
Perante os desenvolvimentos, a Leicar decidiu suspender o mercado de gado, embora deixando críticas à forma como as entidades lidaram com o assunto.
“Numa postura de bom senso, e para não alimentar mais o ‘circo mediático’ que se instalou, decidimos não realizar o mercado. Mas é ridículo ver que ninguém se preocupou em contactar-nos para perceber como estávamos a preparar a iniciativa”, disse Rui Sousa, presidente do Associação de Produtores de Leite e Carne.
O dirigente considerou que a medida “deixa os agricultores altamente prejudicados”, e questionou “a coerência das entidades em proibirem este evento da Leicar, mas a manterem em funcionamento mercados abastecedores e municipais ou as lotas de peixe”.