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Remoção de pórtico de Neiva da A28 garante “equidade” nos acessos a Viana do Castelo e Porto

11 Fevereiro 2020
Remoção de pórtico de Neiva da A28 garante “equidade” nos acessos a Viana do Castelo e Porto
Economia
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O presidente da Confederação Empresarial do Alto Minho (CEVAL), Luís Ceia, avançou que a eliminação do pórtico de Neiva da Autoestrada 28 (A28) vai garantir “equidade” no acesso aos distritos de Viana do Castelo e do Porto.
“A eliminação do pórtico reduzirá o custo da viagem, em portagens, do itinerário entre Viana do Castelo e o Porto, e vice-versa, em 0,65 euros para veículos da Classe 1 e em 1,25 euros para veículos da Classe 2, indo até ao encontro da perspetiva do Governo de baixar o custo das portagens nos territórios do interior”, sustentou.
Em causa está o pórtico de Neiva da A28, antiga SCUT (Sem Custos para o Utilizador) que liga Viana do Castelo ao Porto, situado à entrada de uma zona industrial da capital do Alto Minho e que é considerado “entrave” à atividade empresarial da região.
Em declarações a propósito da discussão no parlamento, na quinta feira, da petição pela eliminação daquele pórtico entregue pela CEVAL, em 2017, Luís Ceia defendeu, ainda, “a correção dos valores no pórtico de Modivas, em Vila do Conde”.
“Bastará um aumento de 0,25 euros no valor do pórtico de Modivas para garantir a perda de receita pela eliminação do pórtico do Neiva, que, atualmente, se traduz numa receita mensal de 350 mil euros”, referiu Luís Ceia, baseando-se nos dados do estudo que acompanha a petição da CEVAL, estrutura que representa cerca de 5.000 empresas do distrito de Viana do Castelo.
Segundo Luís Ceia, “se o valor for corrigido conduzirá à redução do número de veículos nas entradas e saídas do Porto, mais um passo para a descarbonização da cidade e para a diminuição do tempo da travessia da cidade para quem viaja do Alto Minho e Galiza para o sul e vice-versa”.
A recolha de assinaturas foi iniciada em abril de 2017. A petição foi “subscrita, presencialmente e ‘online’, por mais de sete mil pessoas”.
A petição “Pela eliminação do pórtico de Neiva, pórtico 4 da A28, entre Neiva e Darque”, foi entregue pela CEVAL ao então vice-presidente da Assembleia da República, Jorge Lacão, em novembro de 2017.
A reunião plenária que discutirá o documento está marcada para quinta feira, pelas 15 horas.
Luís Ceia acrescentou que, com “ambas as propostas, passará a verificar-se uma equidade de tratamento das duas sedes de distrito, pois ficariam ambas com 14 quilómetros da autoestrada A28 não portajada”.
“Atualmente o troço isento de pagamento de portagem para quem se dirige de sul para a cidade de Viana do Castelo tem apenas uma extensão de quatro quilómetros”, especificou o presidente da Confederação Empresarial do Alto Minho (CEVAL).
Luís Ceia reforçou também que a remoção daquele pórtico “evitará, no futuro, a transferência do tráfego para a EN13, já de si congestionada e com elevada sinistralidade”.
“Antes do pórtico de Neiva o tráfego diário naquele troço da A28 é de mais de 30 mil veículos. Depois do pórtico cai para 15.014 mil carros. Estamos a falar de cerca de 15.700 carros que entram na EN13”, reforçou, acrescentando que vai ser um dos argumentos que vai defender na quinta feira, na Assembleia da República.
O presidente da CEVAL destacou ainda que “com a eliminação do pórtico ficará resguardada a futura via de acesso ao porto de mar de Viana do Castelo”.
Em causa está uma rodovia com 8,8 quilómetros, já em construção, que vai ligar o porto comercial ao nó da A28 em São Romão de Neiva, permitindo retirar o tráfego de pesados do interior de vias urbanas.
“Se essa via vier a ser muito utilizada por trânsito que não tem como destino a zona portuária, a consequência será um maior congestionamento da ponte Eiffel sobre o rio Lima”, especificou Luís Ceia.
Aquela obra começou em fevereiro de 2019, num investimento de 5,3 milhões de euros. Os acessos “pretendem melhorar a acessibilidade à infraestrutura portuária, reforçando a sua competitividade e alargando o seu ‘hinterland’”.
Com prazo de execução de 18 meses, a empreitada é financiada pela Câmara Municipal de Viana do Castelo e pela Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL).