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Grupo Trofa Saúde proíbe reuniões de trabalhadores por “não se revelar conveniente”

12 Fevereiro 2020
Grupo Trofa Saúde proíbe reuniões de trabalhadores por “não se revelar conveniente”
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Pouco mais de uma semana depois do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte ter denunciado que o Grupo Trofa Saúde controla as idas à casa de banho dos trabalhadores no seu ‘call center’, informa agora que a mesma empresa impede reuniões de trabalhadores por “não se revelar conveniente”.
De acordo com o sindicato, as reuniões que foram convocadas em várias unidades de saúde e no ‘call center’ da Trofa, que deveriam analisar o ponto da situação das negociações do contrato coletivo de trabalho da Hospitalização Privada e a situação da empresa, receberam uma resposta inesperada: o Grupo Trofa Saúde respondeu que as reuniões não se poderiam realizar por “não se encontrarem preenchidos os requisitos e de o agendamento em causa não se revelar conveniente”.
Os trabalhadores contrapõem que “não cabe às empresas ajuizarem se o agendamento é ou não conveniente”, até porque “muito mal estariam os trabalhadores se assim fosse”. O direito de reunião é “ um direito fundamental protegido por lei e pela Constituição da República Portuguesa” e a discussão dos seus não pode estar condicionada “à bondade ou à agenda do patrão”, defendem.
Para além disso, adianta o sindicato, o Grupo Trofa Saúde “voltou a recusar comparecer numa reunião convocada pelo Ministério do Trabalho alegando notícias libertadas na comunicação social e a intervenção da ACT”.
No final do mês passado, o mesmo sindicato tinha denunciado que o Grupo Trofa Saúde estava a controlar as idas à casa de banho dos trabalhadores do seu ‘call center’. Os trabalhadores estariam a ser obrigados a registar um código no computador de cada vez que fossem à casa de banho e chegou mesmo a ser afixado um quadro com os tempos diários gastos pelos trabalhadores nas pausas, refeições e idas à casa de banho incluídas.
A situação gerou a indignação dos trabalhadores e o protesto do sindicato que considerou que “este comportamento viola a Lei e a Constituição da República Portuguesa, fere a dignidade dos trabalhadores e representa uma pressão enorme” sobre estes, tendo sido solicitada “a intervenção urgente da Autoridade para as Condições de Trabalho”.