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Câmara Municipal da Trofa desconhece conteúdo do protocolo da expansão do Metro do Porto

18 Fevereiro 2020
Câmara Municipal da Trofa desconhece conteúdo do protocolo da expansão do Metro do Porto
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O presidente da Câmara da Trofa assegurou desconhecer o conteúdo do protocolo de consolidação da expansão da rede de metro no Grande Porto, que vai ser assinado dia 21, criticando o Governo e a Área Metropolitana.
“Vou estar presente [na assinatura do protocolo], mas reajo com surpresa porque isto nunca foi discutido na Área Metropolitana do Porto (AMP) nem houve um acordo prévio que tenha envolvido todas as autarquias”, disse Sérgio Humberto, que admitiu a existência de “conversas e articulação com dois ou três presidentes de câmara” promovidas pelo “líder do Conselho Metropolitano”.
Entretanto foi anunciado que a Área Metropolitana do Porto (AMP) e o Governo vão avançar com os estudos de viabilidade económica em sete linhas do metro do Grande Porto, cuja expansão será decidida até ao final do ano.
O protocolo para consolidação da expansão da rede de metro no Grande Porto e metro bus, vai ser assinado no dia 21 pelo Ministério do Ambiente e Ação Climática, a Metro do Porto, a Área Metropolitana do Porto (AMP) e pelos municípios diretamente envolvidos, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Trofa, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia.
Em causa estão cerca de 860 milhões de euros do Plano Nacional de Investimento (PNI) 2030, cujo futuro, desafiava em janeiro o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, devia ser decidido pelos municípios.
Destes 860 milhões, cerca de 620 milhões de euros destinam-se à consolidação da rede do Metro do Porto e 240 milhões de euros para o desenvolvimento de sistemas de transportes coletivos, verbas que deverão ser executadas entre 2021 e 2030.
“Recebi ontem [quinta-feira], às 21:11, um e-mail de Eduardo Vítor Rodrigues, enviado para todos a dar alguma informação da troca de correio feita com o ministro do Ambiente. Ele enviou uma carta a 5 de fevereiro ao João Matos Fernandes e depois recebeu do ministro [a resposta] a 7 de fevereiro”, relatou Sérgio Humberto para quem a publicação do anúncio na comunicação acontece “sem qualquer tipo de consensualização e discussão na Área Metropolitana do Porto (AMP)”.
O líder da coligação PSD/CDS que lidera na câmara da Trofa insistiu que desconhece “o que vai assinar na próxima sexta feira”, informando ainda ser a Câmara de Gondomar “quem está a preparar o protocolo” para depois deixar no ar a questão porque é o município liderado pelo socialista Marco Martins que o está a fazer.
“Do que se fala na comunicação social, o metro até à Trofa não precisa de mais estudos nem acordos, o processo de execução está feito” sublinhou Sérgio Humberto.
E prosseguiu: “não sou contra o alargamento para outras áreas, mas vejo que a linha da casa da Música a São Bento já está em fase de concurso, com um custo de 175 milhões de euros, para 2,5 quilómetros. Já foi lançado o concurso, também, para a ligação de Santo Ovídio até Vila d’Este, com o valor na ordem de 195 milhões e de euros, mas não se faz uma extensão até à Trofa, que está definida desde a primeira hora, que custa menos de 100 milhões de euros, e de que já há projetos de execução”.
De acordo com o documento, os estudos a desenvolver no âmbito do protocolo para consolidação da rede de metro e metro bus vão sustentar as decisões da Área Metropolitana do Porto (AMP) e dos municípios quanto às prioridades de investimento para o período de 2021-2030, “tendo em conta os objetivos estratégicos da Metro do Porto, os montantes de investimento previsto no PNI e a sustentabilidade ambiental, económico-financeira, coesão territorial e social da Área Metropolitana do Porto (AMP)”.
Os estudos de procura e viabilidade, que a Metro do Porto se compromete a desenvolver no prazo de 10 meses, vão incidir sobre sete ligações que foram propostas pela Área Metropolitana do Porto (AMP).