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Plataforma do Cinema solidária com protestos da Plataforma Cultura em Luta contra a DGArtes

10 Dezembro 2019
Plataforma do Cinema solidária com protestos da Plataforma Cultura em Luta contra a DGArtes
Cultura
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A Plataforma do Cinema anunciou hoje que se “solidariza publicamente com os protestos” de terça feira, convocados pela Plataforma Cultura em Luta, que reivindica a revisão do modelo de apoio às artes e a demissão da ministra da Cultura.
Congregando entidades como a Associação Portuguesa de Realizadores, os Produtores de Cinema Independente Associados, sindicatos do setor e organizações de festivais como o DocLisboa, o IndieLisboa e o Curtas de Vila do Conde, a Plataforma do Cinema manifestou “ainda a sua preocupação com a criação, inédita em democracia, do cargo de secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media”.
“Confirmando, pela sua parte, a falta de capacidade de escuta da Sr.ª Ministra da Cultura, e inquietando-se com a sua insistência em querer dar respostas rápidas e simples para problemas complexos”, a Plataforma manifestou solidariedade com os protestos de terça feira, no comunicado divulgado hoje ao fim da tarde.
Sobre a criação do cargo de secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, que “nada fazia prever no programa eleitoral do PS”, e a sua entrega a um nome vindo do setor audiovisual, a Plataforma do Cinema afirma temer que “possam finalmente ter concretização prática (…) as pretensões do setor do audiovisual em expandir-se à custa dos apoios públicos para o cinema”.
A Plataforma refere-se assim a Nuno Artur Silva, ex-administrador da RTP e um dos fundadores das Produções Fictícias e do Canal Q, que tomou posse como secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, em 26 de outubro.
Fazem também parte da Plataforma do Cinema agências de promoção internacional do cinema português como a Portugal Film e a Agência da Curta Metragem, a Associação pelo Documentário (Apordoc), organizações dos festivais Monstra, Porto/Post/Doc e Queer Lisboa, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV) e o Sindicato dos Músicos, dos Trabalhadores do Espectáculo e do Audiovisual (Cena/STE), que também faz parte da Plataforma Cultura em Luta.
Profissionais e estruturas culturais realizam protestos em Lisboa, Porto e Bragança, na terça feira, dia 10 de dezembro, uma iniciativa convocada pela Plataforma Cultura em Luta, acompanhada pela Comissão de Profissionais das Artes, que, no mesmo dia, entrega na residência oficial do primeiro-ministro, António Costa, uma carta a pedir a demissão da ministra da Cultura.
As duas ações ações visam exigir o reforço do financiamento no setor das artes, antes da apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2020, anunciada para a próxima segunda feira, 16 de dezembro.
A jornada vai servir para contestar também, segundo os artistas, o “quadro catastrófico” dos resultados dos concursos bienais do programa de apoio sustentado da Direção Geral das Artes (DGArtes), que deixou sem apoio cerca de 40% das candidaturas que os júris consideraram elegíveis para financiamento.
A ministra da Cultura, Graça Fonseca, já admitiu a necessidade de se avançar com uma “revisão crítica”, ou “afinamento”, do atual modelo de apoio às artes, que foi recentemente revisto e simplificado.
Também o diretor-geral das Artes, Américo Rodrigues, defendeu a necessidade de melhorar e corrigir o atual modelo de apoio às artes, admitindo que sejam vistas “formas de aperfeiçoar o [atual] modelo e corrigir aspetos que não estejam a funcionar”.