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Pescadores de Portugal e Espanha exigem quota de 30 mil toneladas de sardinha em 2020

22 Novembro 2019
Pescadores de Portugal e Espanha exigem quota de 30 mil toneladas de sardinha em 2020
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As associações ibéricas ligadas à pesca da sardinha exigem que a quota de captura suba para 30 mil toneladas em 2020, anunciaram, em Matosinhos, após um encontro que reuniu dezenas de profissionais.
“O setor não está mais disposto a ser tratado como foi tratado nos últimos três anos. Não está disposto a reduzir mais as capturas. Queremos possibilidades de pesca de acordo com a abundância do recurso. Merecemos isso porque é uma forma de compensar os sacrifícios e esforços que os pescadores e armadores tiveram nos últimos anos, esforços e sacrifícios que estão a ter repercussões positivas no crescimento do recurso”, disse Humberto Jorge, da Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco (ANOP – Cerco).
No quarto Encontro Ibérico do setor da produção de sardinha, foi produzido um documento que será enviado aos governos de Portugal e de Espanha, no qual os armadores e pescadores exigem poder pescar no próximo ano 30 mil toneladas de sardinha.
Este número baseia-se na certeza partilhada de que 2020 será um ano de recurso em abundância também porque a biomassa adulta, explicaram os profissionais, está a aumentar.
“Temos sintomas que nos deixam muito animados e que nos levam a exigir, juntamente com nossos colegas espanhóis, aos governos português e espanhol uma definição das possibilidades de pesca para 2020 de acordo com a abundância que está no mar e permitam ao setor sobreviver e ter uma atividade mais prolongada contrariamente ao que aconteceu em 2019”, disse Humberto Jorge.
A perspetiva de que haverá sardinha em abundância no mar é partilhada pelas associações espanholas, com Andrés Garcia, da Associação de Armadores de Cerco da Galiza (ACERGA), a referir que “esta é uma perspetiva que ultrapassa totalmente os cálculos do ICES [International Council for the Exploration of the Sea, em português Conselho Internacional para a Exploração do Mar] e dos conselhos científicos”.
“Não podemos permitir que enquanto melhora a biomassa nos deixem pescar menos. O setor assim tende a desaparecer. O aumento do recurso será uma melhoria nunca vista. Tenho 50 anos de mar e nunca vi um ano de sardinha assim. Por isso, temos de exigir aos governos aumento de quotas ou temos risco de desaparecimento total do sector”, disse o responsável da Associação de Armadores de Cerco da Galiza que representa profissionais de várias localidades a norte de Portugal, sendo que neste encontro também estiveram representantes de associações de pesca da Andaluzia, Espanha.