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Vila do Conde, Coimbra e Portalegre assinalam 50 anos da morte do escritor vilacondense José Régio

25 Setembro 2019
Vila do Conde, Coimbra e Portalegre assinalam 50 anos da morte do escritor vilacondense José Régio
Cultura
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Exposições, espetáculos, conferências e reedições de livros vão evocar os 50 anos da morte de José Régio, numa programação que pretende também aumentar o reconhecimento da importância deste escritor, nomeadamente ao nível dos currículos escolares.
José Régio, nome literário de José Maria dos Reis Pereira, nasceu a 17 de setembro de 1901, em Vila do Conde, estudou em Coimbra e lecionou em Portalegre durante mais de 30 anos, tendo vindo a morrer na sua terra natal a 22 de dezembro de 1969.
Para assinalar esta efeméride, o Ministério da Cultura, as direções regionais de cultura do Norte, do Centro e do Alentejo, os municípios de Vila do Conde, Coimbra e Portalegre, e o Centro de Estudos Regianos, em Vila do Conde juntaram-se na elaboração de um programa cultural.
José Régio foi poeta, dramaturgo, romancista, novelista, contista, ensaísta, cronista, crítico, autor de diário, memorialista, epistológrafo, historiador da literatura portuguesa, desenhador, pintor, e grande conhecedor e colecionador de arte sacra e popular, lembrou o diretor regional de cultura do Norte, António Ponte, justificando a abrangência de atividades em torno desta “figura ímpar da cultura portuguesa”.
Ao longo de quase dois anos, até dezembro de 2020, vão desenvolver-se diversas iniciativas de cariz nacional e local, como exposições dedicadas aos escritos de Régio em processo – “Do borrão do autor às mãos do leitor” -, na Reitoria da Universidade do Porto a partir de 13 de junho, ou “Revisitações à Torre de Marfim”, uma exposição itinerante que pretende dar a conhecer a produção plástica de José Régio, a partir de 5 de outubro, em Vila do Conde.
Mostras de ilustrações, de fotografias, de escultura inspiradas na obra de José Régio ou captadas na sua casa-museu vão estar patentes também, mas ainda em data a definir.
Em Portalegre, vai haver também um ciclo de cinema para visualização de filmes relacionados com a obra literária do autor transposta para o grande ecrã, com comentários por críticos e estudiosos de cinema, assim como um ciclo de curtas-metragens e de fotografias de coleções privadas.
Do cinema para o teatro, está prevista uma recriação dramática sobre personagens regianas no feminino, e uma peça de teatro de tributo a José Régio, intitulada “Do humano ao divino”.
No que respeita a iniciativas de rua, foi feita uma instalação plástica do artista Daniel Eime, do rosto de José Régio na fachada da sua casa, em Vila do Conde.
Pelas fachadas dos edifícios devolutos espalhados pela cidade de Vila do Conde vão ser espalhados poemas e desenhos de Régio impressos em grande formato.
Os organizadores das iniciativas esperam com este programa dar a conhecer melhor José Régio em Portugal, mas também em países de língua portuguesa, e contribuir para que o autor passe a ser abordado nos currículos escolares, para ser dado a conhecer às camadas mais jovens.
De forma a criar uma identidade a este projeto de evocação de José Régio, foi desenvolvida uma imagem gráfica, com um dos versos mais conhecidos do poeta – “Não sei para onde vou, não sei por onde vou, sei que não vou por aí” -, e criado um site na Internet – www.joseregio.org -, onde vai ser divulgada toda a programação ao longo do projeto.