A Câmara Municipal de Vila do Conde anunciou que a presidente da Autarquia não esteve presente na assinatura da consignação da obra de dragagem da barra do Rio Ave, como protesto pela cerimónia não se realizar no concelho.
O ato oficial, que aconteceu na manhã da passada segunda feira, e contou com a presença da Ministra do Mar, Ana Paulo Vitorino, realizou-se na cidade vizinha da Póvoa de Varzim, algo que a presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde, a independente Elisa Ferraz, “estranhou”.
“Um ato de tão importante relevância para a segurança dos pescadores deste município e demais utilizadores só poderia ocorrer em Vila do Conde, num ato concertado entre o Ministério do Mar e a Câmara Municipal, intervenientes diretos neste processo”, pode ler-se numa nota enviada pela Autarquia Vilacondense.
No comunicado é lembrado que “a obra de dragagem só foi possível graças às negociações entre a Presidente da Câmara de Vila do Conde e a Ministra do Mar”, vincando ter sido a autarquia “a lutar e sensibilizar o Ministério” para resolução da questão.
“Estranhamente, o convite [para a cerimónia] chegou à Câmara Municipal de Vila do Conde, endereçado pela Associação Pró Maior Segurança dos Homens do Mar, cuja sede se situa na Póvoa de Varzim, onde tal assinatura irá acontecer”, acrescentou o comunicado da Autarquia vilacondense.
No passado dia 5 de setembro, o Ministério do Mar anunciou ter adjudicado a dragagem da barra do porto de Vila do Conde, devendo a empreitada arrancar ainda durante este mês.
Em comunicado, a tutela adiantou que a dragagem, que vai permitir remover 25 mil metros cúbicos de sedimentos do leito do canal, deve demorar cerca de duas semanas e o investimento nesta obra é de 150 mil euros.
Segundo o Ministério, “a execução desta dragagem irá decorrer dentro da janela temporal adequada, ou seja, durante o período de condições meteorológicas favoráveis, permitindo que estejam restabelecidas as condições de segurança no porto de pesca no próximo inverno marítimo, período em que o estado do mar e os riscos na navegação são superiores”.
O local tem sofrido, frequentemente, com problemas de assoreamento, que condicionam a navegabilidade do canal, na foz do rio Ave.