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Estreia mundial no Curtas Vila do Conde presente no Festival Internacional de Cinema de Toronto

14 Agosto 2019
Estreia mundial no Curtas Vila do Conde presente no Festival Internacional de Cinema de Toronto
Cultura
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Os novos filmes dos realizadores portugueses Pedro Costa, Pedro Neves Marques e Maureen Fazendeiro vão integrar o Festival de Cinema de Toronto, que apresenta ainda em estreia mundial uma coprodução de Portugal com o Bangladesh.
“Made in Bangladesh”, da realizadora Rubaiyat Hossain, uma coprodução daquele país com Portugal, França e Dinamarca, apresenta-se em estreia mundial na secção de cinema internacional contemporâneo do Festival de Toronto, no Canadá, que se realiza de 5 a 15 de setembro.
Na secção Wavelengths, dedicada exclusivamente a filmes de vanguarda, que coloca em evidência a inovação formal e expressões originais cinematográficas, vão ser apresentadas as curtas-metragens “A mordida” (“The bite”), de Pedro Neves Marques, em estreia mundial, e “Sol negro” (“Black Sun”), da franco-portuguesa Maureen Fazendeiro, em estreia internacional.
“A Mordida” foi também selecionado para o Festival de Nova Iorque, na secção Projections, que decorre de 27 de setembro a 13 de outubro.
Esta curta-metragem, em coprodução com o Brasil, parte de uma pesquisa num laboratório de mosquitos geneticamente modificados em São Paulo, para criar uma ficção algures entre o momento político atual e um futuro imaginado, explica o realizador, citado pela distribuidora Portugal Film.
“A epidemia biológica de um vírus combatido parcialmente através de mosquitos mutantes, faz de analogia à ascensão do conservadorismo reacionário brasileiro”, acrescenta o realizador.
Quanto a “Sol Negro”, filme produzido por O Som e a Fúria (Portugal) e Norte Productions (França), põe em confronto um dia de eclipse solar em Lisboa, e excertos de um poema de Henri Michaux, lidos pela atriz francesa Delphine Seyrig. Trata-se do primeiro filme da realizadora feito por inteiro em Portugal, e teve estreia mundial na competição do Curtas Vila do Conde, no passado mês de julho.
O novo filme do realizador português Pedro Costa, “Vitalina Varela”, que vai fazer a estreia mundial no Festival de Cinema de Locarno (Suíça), na próxima quarta feira, foi também selecionado para o Festival de Cinema de Toronto.
Esta longa-metragem portuguesa é dedicada a Vitalina Varela, uma mulher cabo-verdiana que participou no anterior filme de Pedro Costa, “Cavalo Dinheiro” (2014).
Esta é a história de uma mulher que viveu grande parte da vida à espera de ir ter com o marido, Joaquim, emigrado em Portugal. Sabendo que ele morreu, Vitalina Varela chegou a Portugal três dias depois do funeral dele.
Além destes filmes, vai ser também apresentada em Toronto a mais recente longa-metragem do realizador espanhol Albert Serra, “Liberte”, numa coprodução de Portugal, Espanha, França e Alemanha.
O filme, que sucede ao premiado “A Morte de Luís XIV” (2016), é uma coprodução com a Rosa Filmes, inteiramente filmada no Alentejo, em Portugal.
Este é “um filme noturno, um filme de noite, de sombras e de crepúsculo, sobre uma certa aristocracia na véspera da revolução”, conforme descreveu Thierry Frémaux, diretor artístico do Festival de Cannes, onde o filme teve a sua estreia mundial, em maio.
No mês passado, a organização do Festival de Toronto já tinha anunciado a presença do filme “A Herdade”, de Tiago Guedes, em estreia norte-americana, e de “Frankie”, uma coprodução nacional da autoria de Ira Sachs.
“A Herdade”, de Tiago Guedes, tem coprodução da Leopardo Filmes e da Almafa Films, e conta a “saga de uma família proprietária de um dos maiores latifúndios da Europa, na margem sul do rio Tejo, […] fazendo o retrato da vida histórica, política, social e financeira de Portugal, dos anos 40, atravessando a revolução do 25 de Abril e até aos dias de hoje”.
“Frankie”, que teve a sua estreia no Festival de Cannes e que conta com a participação da atriz Isabelle Huppert, foi filmado em Portugal e passa-se na cidade de Sintra, acompanhando três gerações de uma família europeia.