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Homens que clonavam cartões multibanco começam a ser julgados em Vila do Conde

4 Junho 2019
Homens que clonavam cartões multibanco começam a ser julgados em Vila do Conde
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Durante cerca de um mês, seis homens, de nacionalidade brasileira, clonaram dezenas de cartões bancários em caixas multibanco do Grande Porto.
O grupo formava uma organização definida com tarefas distribuídas. Uns elementos colocavam os equipamentos em terminais de multibanco para recolher os dados dos cartões, outros tratavam os mesmos para os incluir noutros cartões e outros iam fazer compras ou levantamentos de dinheiro com os cartões clonados.
Na casa que arrendaram em Vila Nova de Gaia, os seis homens montaram uma fábrica para clonar cartões bancários. O esquema começava nas caixas multibanco. Colocavam placas nas ranhuras para copiar a informação dos cartões e microcâmaras para filmar os códigos introduzidos. Em cerca de um mês conseguiram fabricar 174 cartões e tentaram apoderar-se de quase 38 mil euros.
Pelo menos dez bancos nacionais foram visados e nas buscas domiciliárias e não domiciliárias foram apreendidos 27 mil euros.
As placas e as microcâmaras foram instaladas no Porto, Maia, Matosinhos e Vila Nova de Gaia, sendo que um dos alvos preferidos era as caixas Euronet.
Com a informação em sua posse, os detidos fabricavam os cartões acediam às contas das vítimas, efetuando levantamentos de dinheiro e compras com os cartões clonados.
Os suspeitos, que têm entre os 27 e os 44 anos, foram detidos pela Polícia Judiciária do Porto há quase um ano e estão em prisão preventiva desde então.
O grupo começa a ser julgado esta terça feira no Tribunal de Matosinhos, no Juízo Central Criminal de Vila do Conde.
O grupo responde por associação criminosa, contrafação de cartões, passagem de moeda falsa e falsidade informática. O Ministério Público pede que os suspeitos sejam condenados à pena acessória de expulsão do País.
Segundo o processo, os suspeitos foram apanhados na posse de informação bancária copiada noutros países, como Estados Unidos da América, Brasil e Itália.
O Ministério Público diz que o grupo é responsável pela clonagem de 57 cartões multibanco, com os quais realizaram 366 operações, no valor de 37.899 euros. Destas operações, 176 tinham sido já concretizadas, no valor de 13.611 euros.
A Polícia Judiciária apreendeu ainda centenas de cartões já clonados, dos quais 117 eram de bancos nacionais, abrangendo praticamente todos os que operam no país.