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Festival Internacional Curtas de Vila do Conde reitera aposta no cinema português

19 Junho 2019
Festival Internacional Curtas de Vila do Conde reitera aposta no cinema português
Cultura
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O Festival Internacional de Cinema Curtas de Vila do Conde volta, este ano, a apostar na divulgação e promoção do cinema português, que domina grande parte da programação do certame.
O evento, que se realiza entre 6 e 14 de julho, na cidade de Vila do Conde, tem vindo a ser preparado no último ano e, além dos 257 filmes que vão ser exibidos, contempla ainda uma série de atividades culturais paralelas, nomeadamente ligadas à arte e à música.
“Pretendemos que este seja um espaço de descoberta de novos autores e de confirmação de outros. De forma transversal, o ‘Curtas’ tem uma aposta muito forte no cinema português e, se não o maior, é um dos grandes palcos do cinema português da atualidade”, disse Nuno Rodrigues, codiretor do festival.
Neste âmbito do cinema português, que volta a ocupar a sala e horário nobre do festival, vão ser exibidos 16 filmes em estreia, na competição nacional, cinco filmes que marcaram o panorama do último ano e dezasseis filmes de escola.
A organização pretende continuar a promover uma nova geração de realizadores lusos, alguns já com reconhecimento em festivais internacionais, como Gabriel Abrantes, Diogo Costa Amarante, Diogo Baldaia ou Sofia Bost, mas também novos valores como Maureen Fazendeiro, Alex Siqueira e Laura Carreira.
Também na programação do Curtas está contemplada a revisitação de trabalhos de realizadores portugueses com reconhecimento internacional, como as obras mais recentes de Susana de Sousa Dias (“Fordlândia Malaise”), Jorge Jácome (“Past Perfect”), Catarina Mourão (“O Mar Enrola na Areia”), Sílvia das Fadas (“A Casa, a Verdadeira e a Seguinte, Ainda Está por Fazer”) e Helena Estrela (“Bela Mandil”).
Destaque, ainda, na programação, para a estreia do documentário que assinala o quarto de século de “Mutantes S. 21- 25 anos depois”, um dos discos da banda Mão Morta, numa sessão que vai ser acompanhada por uma conversa com a banda, moderada pelo escritor Valter Hugo Mãe.
Na 27.ª edição do Curtas de Vila do Conde vai haver, ainda, a projeção de obras dedicadas ao 50.º aniversário da morte de José Régio e ao centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen, nomeadamente o documentário de estreia do realizador João César Monteiro.
Além da competição internacional, com obras vindas de diferentes países e de uma competição experimental, esta edição do Curtas volta a apostar na secção “Take One!”, dedicado ao cinema de escola, com uma seleção de trabalhos produzidos por alunos portugueses em escolas nacionais, e também numa secção infanto-juvenil, com cinema e oficinas pensadas para crianças, jovens e famílias.
“Acreditamos que a programação que preparemos vai ao encontro de muitos tipos de público. Vai ser possível revisitar filmes da história do cinema, mas também ser surpreendido com descobertas de autores menos conhecidos. Queremos, também, continuar a ir ao encontro das famílias e de um público mais jovem, para os habituar e cativar a participar no festival. Temos de continuar a promover essa ligação com todos”, apontou Miguel Dias, outro dos diretores do evento.
No festival vão ser estreados os dois primeiros episódios da primeira série da dupla Marco Leão e André Santos, “Luz Vermelha”, inspirada na história das Mães de Bragança, e é dada carta branca ao realizador João Nicolau, no 20.º aniversário da Agência da Curta Metragem.
Em foco vão estar também as obras de Todd Solondz e Carlos Conceição, e filmes-concerto de Thurston Moore, The Heliocentrics e Montanhas Azuis.
Durante a 27.ª edição do Curtas de Vila do Conde vai haver, ainda, sessões especiais dedicadas ao cinema de Manoel de Oliveira, em que poderão ser vistos documentos menos conhecidos como “Painéis de S. Vicente de Fora”, “As Pinturas do Meu Irmão Júlio” e “O Poeta Doido, O Vitral e a Santa Morta”.
Miguel Gomes e Manuel Mozos são outros nomes para o festival, assim como António Reis, de quem vai ser apresentado o filme de estreia, “Do Céu ao Rio”, em cópia recentemente restaurada pela Cinemateca Portuguesa.
O Curtas tem o apoio do Ministério da Cultura, do Instituo do Cinema e do Audiovisual, do Programa MEDIA/Europa Criativa, e da Câmara Municipal de Vila do Conde, com a presidente da autarquia local a enaltecer o esforço da organização pela captação de diferentes públicos.
“A diversidade de oferta, e a preocupação de ir ao encontro de todos os públicos, com a revisitação de alguns filmes que ficam no imaginário é, na minha opinião, uma grande característica deste evento”, disse Elisa Ferraz, presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde.
O palco principal do Festival Internacional de Cinema Curtas, que se realiza entre 6 e 14 de julho, volta a ser o Teatro Municipal de Vila do Conde.