Última hora

Santa Casa diz no Tribunal da Póvoa de Varzim que premiado foi ex-marido de Amélia de Jesus

22 Maio 2019
Santa Casa diz no Tribunal da Póvoa de Varzim que premiado foi ex-marido de Amélia de Jesus
Local
0

Rita Queirós, funcionária do Departamento de Jogos da Santa Casa da Misericórdia, no Porto, foi perentória quando questionada, esta terça feira, no Tribunal da Póvoa de Varzim. Oficialmente, para a Santa Casa da Misericórdia, Abílio Ribeiro foi o vencedor do prémio do Euromilhões, em março de 2013.
A testemunha foi ouvida na Póvoa de Varzim, no julgamento em que Amélia de Jesus exige 13 milhões de euros ao ex-marido.
“Para nós, o premiado foi o senhor Abílio. O prémio foi reclamado por ele, foi ele que se identificou como vencedor e isso é o que nos interessa. Foi a ele que pagámos […]. Mais tarde comecei a ouvir que a dona Amélia era a Euromilionária, para a opinião pública a premiada foi ela. Nunca disse a ninguém que não era ela porque não me competia dizer”, disse Rita Queirós.
Rita Queirós explicou depois que logo após sair o prémio de 51 milhões de euros, Abílio falou duas vezes ao telefone com a linha da Santa Casa da Misericórdia. Das duas vezes disse ser ele o vencedor. Deu os seus dados de identificação, o número do talão e o contacto.
“Quando nos reunimos na Santa Casa, a dona Amélia disse que afinal era ela a premiada. Depois de contactar Lisboa, expliquei que quem tinha reclamado o Euromilhões tinha sido o senhor Abílio e que se existisse algum problema, o pagamento era suspenso e tínhamos que averiguar quem afinal era o premiado”, relatou Rita Queirós.
A testemunha disse, ainda, que enquanto Amélia de Jesus exigia o prémio em seu nome, Abílio Ribeiro ficou calado.
“É muito pacato. Nunca contestou o facto da dona Amélia querer o prémio em seu nome, mas também nunca nos disse que o prémio não era dele. Ficou em silêncio”, afirmou a funcionária do Departamento de Jogos da Santa da Misericórdia.
Na sessão desta terça feira foi, ainda, ouvida Susana Teles, diretora do Novo Banco de Matosinhos, no qual o prémio foi depois depositado.
“A dona Amélia é que tinha o talão vencedor e foi ela que tratou de o guardar no cofre. Foi ela que tratou sempre de todas as negociações. Disse-nos que foi ela a jogar e a ganhar. O senhor Abílio estava sempre calado, nunca disse uma coisa nem outra”, contou a bancária, que admitiu que depois o cheque foi emitido à ordem de Abílio Ribeiro.
O prémio foi depositado primeiro numa conta que tinha Abílio Ribeiro como 1.º titular e Amélia de Jesus como 2.º titular. Logo depois foi transferido para outra conta que tinha Amélia de Jesus como titular e Abílio Ribeiro só como procurador.
“Ele não ficou como titular porque não queriam que os filhos dele recebessem qualquer dinheiro”, disse Susana Teles.
A funcionária da Santa Casa diz que oficialmente só pode existir um vencedor.
“Se o premiado divide depois com uma sociedade de 20 pessoas isso não é da nossa conta. Só pode é existir um premiado”, explicou Rita Queirós.