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Conselho Metropolitano do Porto quer reunir com Tribunal de Contas devido à obtenção de vistos

27 Maio 2019
Conselho Metropolitano do Porto quer reunir com Tribunal de Contas devido à obtenção de vistos
Economia
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O presidente do Conselho Metropolitano do Porto vai solicitar uma reunião com o presidente do Tribunal de Contas, a pedido dos autarcas que temem não conseguir aproveitar os fundos comunitários devido às dificuldades na obtenção de vistos.
O compromisso foi assumido hoje na reunião do Conselho Metropolitano do Porto, depois de o presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, ter sugerido uma tomada de posição pública da área metropolitana face às “dificuldades” que os autarcas têm vindo a sentir para aplicar os fundos disponíveis.
Aires Pereira que, sublinha, não quer pôr em causa a idoneidade do Tribunal de Contas, considera que as dificuldades criadas com a obtenção do visto somadas aos problemas inerentes da contratação pública, podem pôr em causa a própria execução do quadro comunitários, penalizando os autarcas, em última instância.
Também o presidente do Conselho Metropolitano do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues, que já tinha alertado em outras reuniões para o risco do não aproveitamento dos fundos disponíveis, considera que os valores em causa deviam ser revistos, sob pena de haver um volume de dinheiro grande em overbooking.
“Até sobre a localização de pavilhão já me questionaram. Já estamos no patamar da apreciação do mérito político [da proposta], e não meramente técnico. Pediremos [em junho] uma reunião ao presidente do Tribunal de Contas. Não é apenas uma dificuldade municipal, mas também metropolitana com a transferência de competências”, disse Eduardo Vítor Rodrigues.
O autarca reconheceu, contudo, que, neste momento, o Tribunal de Contas “está com um problema de volume processual acima do normal”, cuja responsabilidade é partilhada com o legislador.
“Estamos atolados de burocracia”, defendeu Eduardo Vítor Rodrigues.
O presidente do Conselho Metropolitano do Porto já tinha alertado, em dezembro, para o risco de se gerar “um volume brutal de dinheiro em overbooking”, pelo que, à data, foi solicitada uma reunião o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, à época Pedro Marques, no sentido de encontrar soluções que ajudem as resolver estes constrangimentos.
“Não queremos que nos venham acusar de não termos sido capazes de gastar o dinheiro e ainda assim termos andado a exigir mais dinheiro no âmbito da reprogramação”, afirmava, à data, Eduardo Vítor Rodrigues.
O “overbooking” resulta de investimentos que não foram utilizados, aquando da distribuição dos fundos comunitários, devido a desistências da realização de projetos ou à realização de investimentos abaixo dos valores concedidos, sendo normalmente usado para garantir que todo o dinheiro disponível é aplicado.
Segundo aquele responsável, os autarcas da região norte estavam muito preocupados com a execução dos fundos comunitários cuja taxa de utilização era, à data, “se não de um dígito, de dois dígitos, mas em que o primeiro dígito é o número um”, isto, num momento, em que tecnicamente faltam dois anos para o final do quadro.
Segundo o governo, a reprogramação do Portugal 2020 tem um reforço de 2,4 mil milhões de euros em fundos da União Europeia, num total de investimento alavancado de 7,3 mil milhões de euros.
A transferência de fundos europeus dirige-se sobretudo ao território (infraestruturas de saúde, educação, reabilitação urbana, mobilidade), com 1,3 mil milhões de euros de investimento, à qualificação (formação de adultos, ensino profissional), com mil milhões de euros de investimento, e às empresas, com cinco mil milhões de euros de investimento.
No Portugal 2020 foram realizados 8 mil milhões de euros de pagamentos, 31% da dotação global, e feitos investimentos de 10 mil milhões de euros, com um financiamento comunitário de 7,3 mil milhões de euros, numa taxa de execução de 28%.