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Barra do porto de pesca de Vila do Conde vai ter dragagem de emergência em julho

31 Maio 2019
Barra do porto de pesca de Vila do Conde vai ter dragagem de emergência em julho
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A barra do porto de pesca de Vila do Conde vai ser alvo uma dragagem de emergência, prevista para o mês de julho, anunciou a presidente da Câmara Municipal, Elisa Ferraz.
Elisa Ferraz disse já ter garantia do Governo de que o processo entra em concurso público em junho, para arrancar no mês seguinte, e retirar cerca de 18 mil metros cúbicos de inertes da entrada do porto vilacondense.
“Temos sensibilizado muito o governo para esta situação, para que os nossos pescadores possam fazer o seu trabalho regularmente e com segurança. Já temos o compromisso de que a intervenção, avaliada em 150 mil euros, vai arrancar em julho”, disse Elisa Ferraz.
Elisa Ferraz considerou que o governo tem sido sensível aos apelos feitos pela Câmara Municipal de Vila do Conde para a resolução do problema, mas considerou que “intervenções pontuais não são a solução”.
“Tenho falado muito com pessoas com conhecimentos técnicos e sou apologista de que, para se resolver o problema e dar segurança aos nossos pescadores, não podemos estar a fazer dragagens pontuais. Tem de haver uma periodicidade, o que seria resolvido com uma draga em permanência”, apontou a presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde.
Para a operação de emergência deste verão, Elisa Ferraz mostrou disponibilidade para, caso seja necessário, completar a dragagem com fundos camarários, lembrando as zonas que neste momento estão mais perigosas.
“Há um banco de areia mais visível junto à barra, onde vai incidir grande parte da dragagem, porque o canal do rio ainda está em condições, depois da última grande intervenção, em 2018”, partilhou Elisa Ferraz.
Sobre o destino a dar aos inertes que vão ser dragados, Elisa Ferraz lembrou que está ainda a ser realizado um estudo científico para avaliar a qualidade dos mesmos, mas não descartando a hipótese de parte ser utilizada para recarregar as praias locais, muito afetadas pela erosão.
A presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde esteve a bordo de uma embarcação de pesca, no local onde a dragagem vai ser efetuada, ouvindo as preocupações dos pescadores.
“É a nossa porta de entrada e saída, mas que não nos dá segurança. Quando as marés estão em cima vamos bem, mas quando desce já não há condições. Há sempre receio, mas por vezes temos de arriscar”, disse Manuel Sencadas, mestre de uma embarcação de Vila do Conde.
O pescador, de 50 anos, que começou a profissão com apenas 13, confessou que ainda recentemente ficou com a sua embarcação presa no leito, mas que a classe piscatória que usa o porto vilacondense tem de desafiar a natureza para sobreviver.
“Se não trabalharmos não ganhamos e esta situação condiciona muito. Às vezes nem conseguimos entrar neste porto para descarregar o nosso peixe, temos de ir para Matosinhos. A solução era haver dragagens permanentes”, frisou Manuel Sencadas.