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Autarca de Barcelos detido por contratos com agência da mulher de presidente de Santo Tirso

30 Maio 2019
Autarca de Barcelos detido por contratos com agência da mulher de presidente de Santo Tirso
Política
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O advogado Nuno Cerejeira Namora disse que a detenção do presidente da Câmara de Barcelos, Miguel Costa Gomes, está relacionada com os contratos celebrados entre o município e a agência de comunicação de Manuela Couto, também detida.
O advogado disse que, até ao momento, essa é a única informação que tem sobre o processo, uma vez que ainda não teve oportunidade de consultar os autos.
O presidente da Câmara de Barcelos foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) no âmbito de um processo em que estarão em causa os crimes de corrupção, tráfico de influência e participação económica em negócio.
Na mesma operação, foram ainda detidos o presidente da Câmara de Santo Tirso, Joaquim Couto, o presidente do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, Laranja Pontes, e a empresária Manuela Couto, mulher de Joaquim Couto.
Em comunicado, a Diretoria do Norte da PJ explica que em causa está “a prática reiterada de viciação de procedimentos de contratação pública com vista a favorecer pessoas singulares e coletivas, proporcionando vantagens patrimoniais”.
“A investigação, centrada nas autarquias de Santo Tirso, Barcelos e Instituto Português de Oncologia do Porto, apurou a existência de um esquema generalizado, mediante a atuação concertada de autarcas e organismos públicos, de viciação fraudulenta de procedimentos concursais e de ajuste direto com o objetivo de favorecer primacialmente grupos de empresas, contratação de recursos humanos e utilização de meios públicos com vista à satisfação de interesses de natureza particular”, afirma a Polícia Judiciária.
Pedro Marinho Falcão, também advogado de Miguel Costa Gomes, classificou de “absolutamente inadmissível e inaceitável” a detenção do presidente da Câmara de Barcelos e acusou o Ministério Público de promover uma “investigação espetáculo”.
“Este circo mediático de colocar um presidente de câmara sob medida de detenção inibitória da liberdade é absolutamente inadmissível e inaceitável e é o produto da forma como o Ministério Público conduz a investigação em Portugal”, referiu Pedro Marinho Falcão.
Para o advogado, o Ministério Público “pretende uma investigação espetáculo e não uma investigação para a descoberta da verdade, com a tranquilidade e a serenidade necessárias para que pessoas possam ser julgadas nos tribunais e não na praça pública”.