O projeto de renovação de três edifícios de habitação social, em Bordéus, França, dos arquitetos Lacaton & Vassal, venceu o Prémio de Arquitetura Contemporânea da União Europeia Mies van der Rohe 2019, anunciou a fundação que instituiu o galardão.
O “Grand Parc Bordeaux”, dos arquitetos Frédéric Druot e Christophe Hutin, do ateliê Lacaton & Vassal, consistiu na transformação de três edifícios de habitação social, construídos no início dos anos 1960, num complexo moderno de 530 residências, após a sua demolição ter sido descartada.
A transformação das habitações totalmente ocupadas começa no interior, onde os arquitetos deram, a cada casa, novas qualidades como mais espaço, mais luz, mais vista e melhoria das instalações, destaca a Fundação Mies van der Rohe, que instituiu o prémio em 1987, com a Comissão Europeia.
“A adição de grandes jardins de inverno e varandas dão a oportunidade de desfrutar de mais espaço, mais luz natural, mais mobilidade de uso e mais vistas. As janelas são substituídas por grandes portas de correr envidraçadas que se abrem para o jardim de inverno. As instalações técnicas são modernizadas (…) Novas salas de acesso são feitas e os jardins em frente ao edifício são melhorados”, lê-se na descrição do projeto, no ‘site’ oficial dos prémios.
O prémio Arquitetura Emergente 2019 foi atribuído ao estúdio francês BAST pelo projeto “School Refectory” – um novo refeitório em extensão da escola existente, em Montbrun-Bocage, na região de Haute-Garonne, junto aos Pirinéus franceses.
O projeto inclui uma fachada envidraçada que mantém a transparência em relação à paisagem circundante.
Os vencedores do Prémio de Arquitetura Contemporânea foram escolhidos a partir de uma lista de 383 obras nomeadas, de 238 cidades de 38 países, das quais resultaram apenas cinco finalistas: a Clínica Psiquiátrica Caritas, em Melle, na Bélgica, pelo ateliê Architecten de Vylder Vinck, o Centro de Congressos de Plasencia, em Espanha, pelo ateliê Selgascano, a praça Skanderbeg, em Tirana, na Albânia, que juntou arquitetos de três países na sua autoria, e o edifício multiusos Terrassenhaus, em Berlim, pelos ateliês Muck Petzet e Brandlhuber, além do projeto “Grand Parc Bordeaux”, dos estúdios de Frédéric Druot e Christophe Hutin.
Entre os projetos inicialmente nomeados estavam o Terminal de Cruzeiros de Lisboa, de José Luís Carrilho da Graça, e o do Centro Arvo Pärt, na Estónia, liderado por Alexandra Sobral.
O projeto do arquiteto português Álvaro Siza para o antigo Banco Borges e Irmão, em Vila do Conde, foi o distinguido na primeira edição do prémio, em 1988.