O novo livro de Nélida Piñon, “Uma Furtiva Lágrima”, que reúne pensamentos, reflexões, memórias, aforismos e confissões da autora brasileira, vai ser apresentado no Correntes d’Escritas na Póvoa de Varzim.
Nélida Piñon foi distinguida em dezembro com o Prémio Vergílio Ferreira, promovido pela Universidade de Évora, pela “latitude e profundidade da sua obra, que revela uma linguagem capaz de estabelecer e harmonizar um diálogo fértil entre a memória feminina e a história”, segundo o respetivo júri, que foi presidido pelo catedrático Antonio Sáez Delgado.
Segundo comunicado da editora, “Uma Furtiva Lágrina” é um “livro de memórias na linha de ‘Livro das Horas’”, publicado pela autora em 2012.
“Uma narrativa de impressões sobre a vida e a morte, sobre as relações humanas, o amor, a paixão, a pertença”, lê-se no mesmo comunicado, referindo que este novo título “reúne pensamentos, reflexões, memórias, aforismos e confissões”.
Nelida Piñon, autora de romances como “A Casa da Paixão”, afirma: “Escrever é o que sei fazer. Narrar me insere na corrente sanguínea do humano e me assegura que assim prossigo na contagem dos minutos da vida alheia. Pois nada deve ser esquecido, deixado ao relento. Há que pinçar [segurar] a história dos sentimentos a partir da perplexidade sentida pelo homem que na solidão da caverna acendeu o primeiro fogo”.
Nélida Piñon, de 81 anos, tem a sua extensa produção literária traduzida em diversas línguas, tendo sido distinguida com diversos prémios. Nascida no Rio de Janeiro, em 1937, Nélida Piñon foi a primeira mulher a presidir à Academia Brasileira de Letras, em 1996, tendo iniciado a carreira literária na década de 1960. É autora de cerca de dez romances, além de ensaios, livros de contos, crónicas e ficção infantil. Em Portugal, a escritora tem editados, entre outros, os títulos “A República dos Sonhos”, “Livro das horas” e “Aprendiz de Homero”.
O livro “Uma Furtiva Lágrima”, de Nélida Piñon, vai ser apresentado pela jornalista e escritora Leonor Xavier, no dia 20 de fevereiro, na sala dos Atos do Cine-Teatro Garrett, na Póvoa de Varzim, no âmbito do festival literário Correntes d’Escritas.