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Luís Quintais vence prémio principal do Correntes D’Escritas na Póvoa de Varzim

20 Fevereiro 2019
Luís Quintais vence prémio principal do Correntes D’Escritas na Póvoa de Varzim
Cultura
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O escritor português Luís Quintais, com o livro “A Noite Imóvel”, venceu o Prémio Literário Casino da Póvoa 2019, atribuído pelo festival literário Correntes D’ Escritas da Póvoa de Varzim.
O júri do concurso, composto por Almeida Faria, Ana Paula Tavares, José António Gomes, Maria Quintans e Marta Bernardes, decidiu distinguir a obra de poesia deste autor, de 50 anos, nascido em Angola, “pela qualidade da escrita, a coerência das propostas e a exemplaridade dos conceitos”, atribuindo-lhe o prémio, no valor de 20 mil euros.
O livro de Luís Quintais foi escolhido entre 12 finalistas de um total de 45 obras candidatas a este prémio literário.
Nascido em Angola, em 1968, Luís Quintais cresceu e estudou em Lisboa, tendo começado a lecionar em Coimbra no ano de 1995, onde é antropólogo e professor na universidade, segundo a biografia disponível no seu blogue.
“Sou professor de cadeiras de antropologia na UC [Universidade de Coimbra]. Escrevo etnografias, ensaios e poemas. Gostava de escrever contos, mas raramente o faço. Suspeito que nunca escreverei qualquer romance. Presumo que isso faz de mim um professor, um antropólogo, um ensaísta e um poeta”, pode ler-se na mesma biografia.
Luís Quintais apresenta-se como “um homem de esquerda, mas sem ênfase”, com uma “sensibilidade trágica” que não lhe permite converter-se “a muitos dos entusiasmos de esquerda”.
“Estruturalmente agnóstico, acredito mais na redenção do que na revolução. E a redenção será poética ou não será!”, declara Luís Quintais.
O livro a “A Noite Imóvel”, em que Luís Quintais convida o leitor a percorrer cenários de vazio e de destruição, de ecos e de sombras, luzes ténues e memórias turvas, sucede à obra do colombiano Juan Gabriel Vasquez, “A Forma das Ruínas”, que em 2018 venceu o galardão máximo do Correntes d’Escritas, na Póvoa de Varzim.
Luís Quintais foi um dos vencedores do Prémio Ocaenos de Literatura em língua portuguesa, com “A Noite Imóvel”, obra que sucedeu a “Arrancar penas a um canto do cisne”, com que o escritor venceu o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes da Associação Portuguesa de Escritores, em 2017.
Na obra poética do escritor destacam-se títulos como “A Imprecisa Melancolia”, “Lamento”, “Umbria”, “Verso Antigo”, “Angst” e “Duelo”, obra a que foram atribuídos o Prémio Pen Clube de Poesia e o Prémio Luís Miguel Nava, em 2005.
Em relação às restantes distinções literárias atribuídas pelo Correntes D’Escritas da Póvoa de Vazim, Ema Norberto, com a obra de poesia “Renascer”, venceu o prémio Papelaria Locus, o trabalho “Caixa”, dos alunos do 4.ºA da Escola Básica José Manuel Durão Barroso, de Armamar, venceu o prémio Conto Infantil Ilustrado/Porto Editora, enquanto “Toda a Água que nos Une”, de Ana Paula Mateus, venceu o prémio Fundação Luís Rainha.
A 20.ª edição do Correntes d’Escritas vai reunir, na Póvoa de Varzim, até 27 de fevereiro, 140 escritores de 20 países de expressão ibérica, para participar num leque de atividades literárias e culturais.