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El Corte Inglés vende 130 imóveis para baixar dívida e fecha BriCor de Vila do Conde

2 Janeiro 2019
El Corte Inglés vende 130 imóveis para baixar dívida e fecha BriCor de Vila do Conde
Economia
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O grupo espanhol El Corte Inglés anunciou que quer vender cerca de 130 imóveis de grandes dimensões que detém em Espanha, durante o ano de 2019, de forma a reduzir a sua dívida financeira. Segundo números oficiais, tornados públicos pela empresa, o endividamento líquido do grupo retalhista ultrapassava os 3,6 mil milhões de euros no final do terceiro trimestre de 2018.
Em comunicado, a empresa, que em Portugal tem dois grandes armazéns em Lisboa e Vila Nova de Gaia, e emprega centenas de pessoas, refere que pediu à consultora PricewaterhouseCoopers (PwC) “um estudo” para “determinar as melhores opções para cada um dos ativos não estratégicos e posteriormente decidir quais poderão ser vendidos”.
Os ativos “não estratégicos” que estão na calha para serem alienados não incluem os vários armazéns de grandes dimensões que o grupo detém em Portugal, Espanha e outros países.
Segundo o jornal digital El Confidencial, na carteira imobiliária do grupo estão 94 grandes armazéns ou centros comerciais, dois deles em Portugal. Ao todo, estes 94 imóveis equivalem a 87% dos ativos da companhia.
A operação anunciada vai ser feita “com o objetivo de reduzir a dívida” e “otimizar a estrutura financeira da companhia”, explica o grupo espanhol.
Os 130 imóveis em causa, que vão ser analisados para venda, mas que para já não são identificados, são “principalmente terrenos, escritórios, superfícies comerciais e plataformas logísticas”.
“Os ativos totais do perímetro sujeitos a análise de desinvestimento somam mais de dois milhões de metros quadrados distribuídos por todo o território nacional [Espanha]. O valor estimado destes ativos situa-se entre 1,5 mil milhões e 2 mil milhões de euros”, refere o grupo El Corte Inglés.
Segundo o jornal económico espanhol El Economista, o El Corte Inglés é também um dos maiores senhorios de Espanha, com um património imobiliário avaliado em mais de 17 mil milhões de euros.
No entanto, a dívida começou a ser um problema, daí o grupo ter decidido avançar para esta operação de “desinvestimento” de grande envergadura.
Citado pelo El Confidencial, Jesús Nuño de la Rosa, o presidente do El Corte Inglés, explicou na apresentação do plano de venda de imóveis que a ideia é melhorar o perfil da dívida e reduzir o endividamento total do grupo em pelo menos mil milhões de euros nos próximos 12 meses.
Jesús Nuño de la Rosa explicou que, caso nada fosse feito, seria “muito difícil” cumprir as suas obrigações junto de alguns dos seus credores, como por exemplo Blackstone, Crédit Agricole, Deka, HSBC, Invesco, Prudential e Robeco, refere o jornal El Confidencial.
No final do passado mês de dezembro, o grupo El Corte Inglés anunciou que vai encerrar até final de janeiro de 2019 a BriCor de Vila do Conde, a única loja de bricolage que a empresa detém em Portugal, que foi aberta à cerca de 7 anos.
A decisão vai afetar 41 trabalhadores e “deve-se ao facto de a empresa ter optado por uma presença mais urbana, e por deixar a operação em Portugal”, justificou o grupo El Corte Inglés.
O encerramento da unidade de Vila do Conde não se insere no referido plano de desinvestimento imobiliário. Não está localizada em Espanha e além do mais “o espaço onde o BriCor estava instalado não é propriedade da BriCor”, referiu o grupo El Corte Inglés.